terça-feira, 1 de setembro de 2009

RETRATOS
DE
FAMILIA


Miriam König





"A história é vivida para a frente, porém é escrita em retrospecto. Sabemos o fim antes de considerar-mos o início, e jamais podemos recapturar totalmente o que deveríamos saber apenas no começo".

1910- Cicely Verônica Wedgwood ( historiadora inglesa )













APRESENTAÇAO



É muito difícil no Brasil a pesquisa de famílias, a sua origem ou mesmo a origem dos sobrenomes.
Foi através de muito esforço e perseverança que consegui trazer ao presente uma parcela do nosso passado. Na Alemanha e em Portugal estarão certamente, os ascendentes dessas famílias. O nome König de um lado o nome Viana e Sampaio do outro, povoaram nossos primeiros tempos, principalmente o bairro Passagem.
Conhecer os nossos antepassados nas suas glórias e derrotas é sempre gratificante pois dá-nos uma imagem daquilo que eles vivenciaram e nos encoraja a enfrentar o futuro.
Ao escrever tentei reavivar a lembrança daquelas pessoas
queridas que há muito se foram.
Relembra-los foi uma forma que encontrei de mante-los vivos na nossa memória.
Foi também uma maneira de homenagea-los por tudo que nos legaram - usos, costumes, lutas e perseveranças.
Espero levar à futuras gerações, os conhecimentos aqui adquiridos para que sirva de incentivo nas suas lutas diárias ou simplesmente como lição de vida...














Aos meus
informantes





Carlos Oscar koenig
Moisés oscar koenig
Saul rodrigues
Davino silverio
Leontina Sampaio Rogerio
Helena Fernandes
Isaias laudelino viana
Osvaldo Sampaio




Já falecidos
Esta grata homenagem























HISTÓRIA DO NOME FAMILIAR




O sobrenome Germano “König” é originário de um apelido, pertencem a essa categoria, nomes baseados na personalidade ou característica físicas da pessoa. Dessa maneira o nome Germano “König” significava “Rei”. Entre as comunidades rurais da idade média, apelidar era a maneira mais popular para distinguir duas pessoas que possuíam o mesmo primeiro nome. Posteriormente passou a ser usado como sobrenome, o que era regularmente previsto- O possuidor original do nome Golden (ouro) por exemplo, foi assim chamado por causa de seus caichos dourados - na maioria das vezes, entretanto, eles eram mais sutis e complicados.
Já os numerosos participante de festivais e espetáculos, tendiam a apelidar os atores que representam o mesmo papel durante anos e anos de acordo com esse papel. Um papel bem comum era o de Rei ou “König”, e aquele que representava esse papel, assim, apelidado. Ou talvez, esse apelido tenha sido dado a uma pessoa que tenha tido aparência ou qualidades de Rei.
Uma das primeiras referências que se tem de apelidos que passaram a ser sobrenome data 1135 quando um tal Herman Rex (“Rex” é “Rei” em Latin, e muitos documentos eram escritos em Latin) um cidadão de Cologne. Em 1175 um tal Ulrich Rex estava na lista de cidadãos de Konstanz. “Die Urkunden Zur Freiburg” tinha na lista um Cuam Köenig em 1445. Uma das pessoas mais notáveis com esses sobrenome foi o distinto botânico Alemão J. G. König (1728 - 85). A seguir um Brasão foi dado a Heinrich König major de Hamburgo, em Shkeswig-Holstein em 1707. Os irmãos Karl Simon, Gherhard e Joham Gierbert König, da extração Alsaciana, geraram barões da Prússia em 1763. O Engenheiro alemão Friederich König fundou uma firma a qual criou a 1ª máquina impressora em duas cores.
Brazão de Arma - Azul celeste em um terraço com uma coroa.
Cristo topo: um homem
Origem: Alemã


Características:

· trimestralmente prateado e dourado no 1º e 4º arco.
· Três arcos azul celeste sinistro (forte) no 2º e 3º arco.
· Ao centro um leão cor de ouro, movendo-se segurando em sua pata destra um cetro.

Significado:

O leão denota: Força e Coragem
O ouro denota: Generosidade e Mente Elevada
O Azul celeste denota: Lealdade e a Verdade
Estes Brasões podiam ser herdados como título de nobreza, foram concedidos para a família de nome ( könig ).













FAMÍLIA KÖNIG
Esta história tem início em 1842 na Alemanha, mais precisamente na cidade de Frankfürt.
Lá residia um casal de abastados burgueses .Ela chamava-se Anna, ele chamava-se Jacob König eram judeus de origem alemã, oriundos da antiga Prússia. .
O casal possuía dois filhos , o mais velho chamava-se Johann , e segundo contava meu bisavô , foi para a América do Norte e nunca mais a família soube notícias. O mais novo chamava-se Christiano , nasceu no dia 1º de outubro de 1842 é o personagem central desta história. Trata-se de meu bisavô, que veio para o Brasil em 1856 e aqui deixou grande descendência, inclusive hoje já é encontrada aqui sua sétima geração.
Para entendermos melhor as razões que o trouxeram para cá, convido o leitor a voltar comigo rapidamente ao passado.
Por volta de 1850 a produção industrial e o crescimento agrícola disparam na Europa. Havia necessidade de deslocar a mão-de-obra agrícola que sobrava.
O Brasil era então um território quase despovoado. O trabalho agrícola era feito somente pelos escravos, que nada recebiam em troca, precisava introduzir mão-de-obra assalariada, com isto obtendo maior produtividade.
O Brasil oferecia naquela época, de acordo com a lei, passagem de graça aos colonos e terras a baixo preço, em prestações, e outras vantagens mais, para quem quisesse vir colonizá-lo, precisava de sangue novo.
Embalados pelo espírito aventureiro, pelas promessas de liberdade, rico solo e fazer fortuna, muitos jovens de uma hora para outra resolveram abandonar sua Pátria e se aventurar no Brasil.
Dizia-se que aqui o ouro era abundante, corria como água. Lá eles eram também obrigados a servir o exército e, em caso de guerra, não tinha escolha, o que para eles não tinha nenhum sentido.
Por outro lado, ficariam também livres da autoridade paterna, que era muito rígida naquela época. O pai decidia tudo por eles e também deviam obediência à Igreja.
Christiano cresceu ouvindo muitas histórias, a perspectiva de uma vida livre na América o fascinava.
Mas enquanto sonhava, continuava estudando, aperfeiçoando-se.
Ele e o irmão estudaram até a Sexta série do curso preliminar obrigatório. Ao mesmo tempo faziam o curso profissionalizante de ferreiro e mecânico, naquela época muito procurado.
No término do curso profissionalizante teriam que apresentar um trabalho para avaliação.
Aos irmãos König coube fazerem uma esfera de aço, trabalho com solda, muito difícil.
Porém eles puseram-se a trabalhar arduamente. Levaram bastante tempo, até que terminaram o serviço.
O professor alemão que os iria avaliar era um dos mais severos da escola; Nada passava despercebido, tudo tinha que ser perfeito, senão era reprovado. Os irmãos König, orgulhosos do trabalho, pois fizeram o melhor que puderam, foram entregar para o professor a tal esfera. Apesar de não terem ainda grande experiência com solda, capricharam.
Mas, para surpresa deles o professor achou um trabalho malfeito e chutou com muita violência a esfera para fora da oficina. E como não bastasse a grosseria, começou a proferir palavrões contra eles, chamando-os até de malditos judeus-alemães.
Os jovens, envergonhados e humilhados, tinham “sangue quente” - logo reagiram. Partiram para cima do professor com uma barra de ferro, mas a situação foi logo contornada pelo pessoal que estava na oficina.
Conclusão: os dois foram expulsos da escola, sem poder receber o diploma.
A situação deles piorou e foi difícil arranjar emprego depois do incidente, na Alemanha.
Frankfurt era naquela época uma pequena cidade do interior. As notícias correram rápido e eles ficaram marginalizados. Por este motivo o irmão mais velho teve que ir trabalhar na França, em mineração.
Ficou uns tempos na “Alsácia Lorena”, mas o sonho dele era vir para a América. , mais tarde assim o fez.
Christiano já completara quatorze anos e sonhava também vir para a América.
A vida na Alemanha era difícil, muitas guerras internas, e então muitos alemães começaram a emigrar, entre eles alguns membros da família KÖNIG.
Os primeiros foram:

KÖNIG Johann- Sapateiro, 34 anos, Steinbach, Kurhessen
Com Elise, 28 anos, nasc. Stützer, sua mulher
e Filhos: Emil, 8 anos
Magdalena, 6 anos
August, 4 anos
Mirna, 2 anos
Pai: Casper, 65 anos
Navio: HELENE -saiu de Hamburgo em : 21/11/1853
chegou em São Francisco do Sul : 31/01/1854
Capitão: J. Marxen
Passageiros a bordo: 56 na saída de Hamburgo e 43 na chegada.
Nascimento a bordo: 02
Falecimento a bordo: -
Religião: Não consta.




KÖNIG, Robert - Alfaiate, 31 anos, Marglissa, Prússia
Com Louise, 29 anos, nasc.Neumann, sua mulher e
Filhos: Adolf, 6 anos
Gustav, 5 anos
Louis, 3 anos ( faleceu aos 4 anos em 03/03/1855 )
Anna, 9 meses
Religião: Protestantes
Navio: LINDA - saiu de Hamburgo em : 06/05/1854
chegou em São Francisco do Sul em : 23/06/1854
Capitão: BESAUT
Destino: Dona Francisca
Passageiros a bordo : 204 saída de Hamburgo e 116 chegada .
Nascimento a bordo: 01
Falecimento a bordo: -
O passageiros que constam da lista HELENE são:
BADE Anton; BERGMANN Caroline; BORCHARD ou BORCHERT HR; EBERT Jacob;
FAUST Joh. Frz.; FISCHER Ben. Rud.; GAENSLY Pauline; GNANN Gustav; GRAFFENRIED Ed. von; HARTUNG Cesar; HÄNSEL Ernst Hermann; HOLSINGER
Elisabeth D. H.; HENK Hermann; HENK Jürgen; KEINER Franz; KÖHLER Hermann;
KÖNIG Johann; KANNING J.C.F.; KNACH Gottlieb; MICKE Louise; MEYER
Elise; NESLER Friedrich; OBBARIUS Johanne; PREIS Caroline; RATHMANN Friedrich; RUMOHR Joach; SCHAARSCHMIDT viúva; WILKE Pauline.

Os passageiros que constam da lista LINDA são:

AUBERT François; BUCHMANN Heinrich; BOHNSACK Carl; BRERHLER Carl;
BEROUT Rosine; BÖTTGER Eduard; BLITZKOW August; BÜNGER Carl; BAUMGARTNER Ed.; DAVET François; DREILIPPER HR. Nic.; EDLER G.;
EVERS Hr., EUGICHT Carl; FENNEBERG Heinr.; FISCHER Caroline; GERDELS
J.H.; GIELAU Wilhelm; GRAHL Johann; GOLDMANN L.; HEIMBOLD Gottlieb;
HOLETZ Wilhelm; HÖLZEL Georg.; HÖLZEL Johann; HERING Carl; HAUTZ A. W.;
JORDAN Johann; JARCHOW Johann; JUNGE G.; KÄHLER Fanny; KRÜTZFELD
Hans Heinr.; KÖSTER Heinr ; KLEIN Ferd.; KELLING Fritz; KLUGE Rudolph; KIRCHNER Ph.; KIRCHNER Rud.; KÖNIG Robert; KIRCHHOF Joh.; LECHTE
Ludolph; LEUSCHNER Eduard; MÜLLER Friedrich; MEYER Dorette; MEISSNER
C.G.; MAECKE Joh.; MEYER ? ; NAHRWOLD Wilh.; OTTE Ernst; PACHOUD
François; PRAGST Ludw.; PADARATZ Joh.; PRESTIEN J.A.; RODATZ Heinr.; REICHERT Theodor.; RANDOW Ad. von; STEFFENS Mathilde; STOCKHAUSEN Joseph; SCHOBER Marcus; STEFFEN Heinr.; SCHRÖDER Auguste; STARKE Ferd.;
SCHAEFFER Aug.; SOETBEER HR.; SASSE Carl; SUHRBIER Christ.; STENGELIN
Gottl.; STENGELIN Jacob; SOHN ou LOHN Friedr.; SCHNEIDER Gottl.; TAMM Heinr.; TIED Frdr.; TIEDEMANN Michael; WELENER Jacob; WULFF Frdr.; WEIGAND Alfred; WINTER Maria; WINTER Carl; WACHTER Joh.; ZEH Christ.
Todos estes passageiros vieram da Pússia, da Saxônia, de Hannover, da Suíça, da Alemanha.
,
E 1856, Christiano soube que alguns conhecidos e outros KÖNIG viriam para a “América” em busca de uma vida melhor para os filhos, e que alguns já encontravam-se aqui, então ele resolveu arquitetar um plano de fuga..
Sem que seus pais desconfiassem de alguma coisa, pois sabia que jamais iriam concordar, resolveu fugir .












A fuga de Christiano

No dia seguinte, um trem os levaria até o porto de “Hamburgo”, de lá partiriam no
navio MACHTILDA CORNELIA , rumo à América do Sul.
Este navio saiu de Hamburgo em 10/05/1856 com 121 passageiros a bordo, segundo a lista de navio feita pelo agente de emigração e chegou ao porto de São Francisco em 07/08/1856 com 124 passageiros, segundo a "Einwanderungsjournal" lista de entrada dos imigrantes, feita pelo diretor da Colônia.

Capitão: L. E. LUNDGREEN.
Destino: Dona Francisca.
Nascimento a bordo: 03
Falecimento a bordo: 02
OBS.: O capitão providenciou mantimentos especiais para os passageiros de primeira classe.

Segundo documentos fornecidos pelo ARQUIVO HISTÓRICO DE JOINVILLE , os passageiros que constam desta lista são:



AUSFICKER, Aug. ARMBRUSTER, J.W. von BERG, Catharina BENZEL, Bernh. BRÖCKER, Friedr. BERGER, Heinr. BÖRNER, Frdr. BÖHM, Vincent
BONNEAU,Eduard CONRAD, Peter DRUMM, Julius FISCHER, Maria FICKUS, Claude FOURRIER, Jacob GROSSENBACHER, Christ. GOTTSCHILD, J.N. HEY,
Osw.HOFFMANN, Benj. HÄNSCH, C.G. HOFFMEISTER, Auguste HAUTZ, Julius
HÜHNE, Jürgen JÜRGENSEN, Nicolaus KÖNIG, Carl KULLMANN,
Johannes KYM (RYM), Chr. LETZNER, Jörgen LEISNER, I.F. LANDSCHULTZ,
Andr. MÜLLER, Amanda NEUBERT, Carl NENTWICH, Julius OFFEN, Elisabeth
REINHARD, J.P. REINHARD, August SCHWANTAY, Heinrich STAMM, J. P.
SCHWAAB, Julius STÖCKEL, Fried. SCHMIDT, C. SCHUTZMANN, Jacob SEILER, Carl Fred SCHÄEFER, Heinrich TALLE, Julius WAGNER, Friedr. WETZEL,
Ernst WÄCHTER, Chris. En. WUNDERWALD, Friedr. ZIEGLER.

Todos estes passageiros vieram da Prússia, da Saxônia, da Dinamarca de Oldenburgo, de Hannover, da França, da Suíça, de Hamburgo.
.


KÖNIG, Nicolaus
Lavrador, 43 anos, Idar, Prússia
Com Elisabeth, 43 anos, sua mulher e
Filhos: Caroline, 25 anos
Friedrich, 24 anos
Ferdinand, 8 anos
Carl, 5 anos
uma criança nascida a bordo , falecida 22.05.
religião: não consta.








Christiano, só com a roupa do corpo, para que ninguém desconfiasse, embarcou escondido e assim também entrou no navio, passando por filho de alguém dali.
Só em alto mar é que apresentou-se aos conhecidos. Os vizinhos ficaram perplexos e apavorados tentaram reverter a situação. Mas não deu mais tempo, já estavam muito longe do
porto, o jeito foi faze-lo passar por filho deles tambem , já que estes vizinhos possuiam um bêbe de colo..
A viagem foi penosa , na terceira classe, forte calor, mal acomodados, navio apinhado de emigrantes, quase quatro meses de viagem. Christiano, porém, não reclamava de nada, agüentou firme as intempéries, embalado pelo sonho de liberdade. Desejava um futuro melhor e não pensou nos pais, no sofrimento que lhes causava; era jovem, cheio de ideais,.
Coragem não lhe faltava, era trabalhador, queria vencer na vida , não importava o preço que teria de pagar.
Corria o ano de 1856; o navio finalmente chegou ao Rio de Janeiro, alguns passageiros ali desembarcaram. O restante veio para a Ilha de Santa Catarina (Desterro).
Dali, ao desembarcar, rumaram para a colônia alemã Dona Francisca. Ali, Christiano começou a trabalhar numa ferraria, como ajudante de ferreiro, com o alemão Sr.Jacob Seiler.
. Certo dia, chega um outro alemão chamado Johann Haschi, dono de uma ferraria maior em São Pedro de Alcântara e convida Christiano para trabalhar com ele. Christiano pede permissão para os Seiler (Saider) que o criavam como filho, e vai embora com o Sr. Haschi.






SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA

Os primeiros alemães vindos da cidade de “Bremem”, fundaram a colônia “São Pedro de Alcântara”. A vocação para a indústria dos homens de ofício que a imigração alemã trouxe e a vida dedicada ao trabalho não impediram que a alegria deste povo, marcasse as cidades que iam construindo. Os corais - tradição do velho mundo, o amor as flores, as bandas típicas e o clube de caça e tiro, foram se espalhando por Santa Catarina.
A boa cerveja que produziam regava bailes, onde a dança ia até de manhã.
A imigração alemã hoje está presente principalmente em Blumenau, Joinville, Brusque, Indaial, Pomerode e Jaraguá.
A dificuldade de adaptação ao clima e aos novos hábitos impediu que “São Pedro de Alcântara” crescesse, mas marcou o início de uma presença histórica.
Ali Christiano começa a trabalhar com o Sr. Haschi e aperfeiçoar seus conhecimentos com solda. Muito dedicado e curioso, foi logo destacando-se nesta oficina. Foi ali também que conheceu a jovem Maria Michels Haschi, filha do patrão, nascida já no Brasil. Uma bela moça clara, olhos azuis, cabelos loiros.
Christiano era magro, moreno, estatura baixa, olhos azuis, cabelos escuros, sobrancelhas grossas. Não falava bem o português, não conseguiu dominá-lo suficientemente, foi a língua a maior dificuldade encontrada no Brasil.
(Até esse momento Christiano não entrara em contato ainda com seus pais na Alemanha).
Christiano contava , que o Sr. Haschi não lhe ensinava a técnica de cardeamento do ferro. Percebendo que ele estava muito interessado em aprender tudo, o alemão Haschi chamava a esposa ou a filha Maria para fazer o cardeamento com ele, deixando Christiano do lado de fora da oficina, para que ele não aprendesse, pois caso ele dominasse toda técnica , não seria mais seu empregado e poderia trabalhar em qualquer ferraria que desejasse.
.Enquanto esperava fora da ferraria , ele esperto como era , planejou namorar Maria para que , através dela conseguisse descobrir o tal segredo.
Logo que surgiu uma chance, colocou seu plano em prática. Maria, aos poucos, escondido do pai, lhe passava seus conhecimentos. Assim ele aprendeu a técnica do cardeamentodo ferro.. Jurou que nunca mais seria empregado, assim que fosse possível iria montar sua própria ferraria longe dali.
Porém , Christiano não contava que o destino fosse lhe pregar uma grande peça.
De tanto conversar com Maria, sem perceber, havia também se apaixonado por ela. Já não podiam viver longe um do outro.
Depois de algum tempo resolveram contar aos Haschi que estavam namorando sério e pretendiam casar-se.
Os pais dela logo aceitaram pois gostavam muito de Christiano .
No ano seguinte casaram-se e continuaram morando com os Haschi mais algum tempo. Só aí é que Christiano resolve comunicar aos pais verdadeiros seu paradeiro.
Criou coragem e mandou uma carta para a Alemanha, dizendo que encontrava-se no Brasil, estava feliz, casara-se com uma brasileira, filha de alemaes e pedia perdão a eles por tê-los magoado tanto.
Os pais Anna e Jacob ,aflitos com o sumiço do filho, tantos anos sem dar notícias suplicavam para que ele retornasse para casa, inclusive aceitariam a esposa como filha, mandariam passagem caso eles manifestassem o desejo de morar na Alemanha. Perdoaram tudo e pediram perdão também ao filho, por terem sido tão rígidos na educação.
Christiano, porém escreveu, dizendo que o Brasil era sua Pátria, adorava tudo aqui e não pensava em voltar jamais.
Por sua vez convidou-os para vir ao Brasil, porém seus pais estavam já com idade avançada e não suportariam uma viagem tão penosa , mas insistiam para que o filho retornasse a sua terra natal .
As súplicas dos pais foram inúteis., desanimados resolveram enviar então os pertences do filho, esquecidos na hora da fuga:

· uma “gaita”, que ele adorava tocar quando criança;
· muitos livro, pois ele gostava de ler e aqui não encontrava quase nada em alemão;
· suéter de lã, blusas;
· ceroulas de lã, pois a mãe Anna pensava que o frio daqui fosse tão rigoroso quanto o da Europa..

Apesar de não ter se encontrado nunca mais com seus pais, Christiano mantinha contato sempre por carta.
Enquanto isso a família de Christiano no Brasil foi aumentando...
Os filhos foram nascendo e ele precisava sair da casa do sogro. Em 1878 ficou sabendo que em Cabeçudas estavam recrutando trabalhadores para a construção da Iª ponte da estrada de ferro Dª. Tereza Cristina.
Christiano veio à Laguna então, em busca de trabalho. Ali chegando foi logo admitido, devido à sua experiência., ficou morando provisoriamente em Pescaria Brava (distrito de Laguna).
De lá, alguns operários vinham de canoa todos os dias para trabalhar em Cabeçudas, atravessando a lagoa do Imaruí junto com Christiano.
Finalmente em 1884 foi inaugurada a ponte de Cabeçudas - 1500m. de vão livre. Era uma beleza para a época e por muitas décadas foi considerada uma arrojada obra.
O trabalho desenvolvido por Christiano em Cabeçudas foi digno de louvor. Demonstrou elevados conhecimentos profissionais e invejável mestria na arte de cardear ferro.
Por essa razão os engenheiros ingleses da " The Donna Tereza Christina Railway Company Limited - srs. Warrem Roberts, J.E Hartley e João Carlos Grenhalg” ofereceram-lhe excelentes propostas para Christiano trabalhar na Inglaterra.
Porém ele recusou-as, dizendo:
-“Brasil terra boa, sem guerras, agora Brasil meu Pátria.”
Christiano manteve contato com a família na Alemanha até 1914. Infelizmente durante a Iª Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, perdeu contato definitivo.
Aflito, procurou de todas as formas obter notícias, mas não conseguiu. Lia todos os jornais durante a guerra, jornais estes que vinha para a residência do amigo Sr. Augusto Hülse, em Tubarão direto da Alemanha.
Lia e depois traduzia para os filhos.
A Alemanha na Iª Guerra, havia sido derrotada; dos seus pais, Christiano jamais soube o que aconteceu.

















BAIRRO PASSAGEM

O bairro Passagem foi assim chamado pelo fato de existir nesta localidade um “porto, onde através de barcos primeiramente eram feitas todas as travessias, tanto de pedestre como de mercadorias, de uma margem do rio para outra.
Por volta de 1880 era proibido a qualquer morador fazer este transporte a particulares.
Era cobrada ema taxa (imposto) naquele local, para atravessar o rio. A utilização de canoas ou barcos pelos moradores só era permitida para uso próprio.
Esse porto ficava localizado ao lado da Iª ponte de ferro da Estrada de Ferro Dª. Tereza Christina, construída em 1884. Somente por volta de 1900 é que foi dado concessão a moradores para explorar esses serviços entre eles:
· Sr. Pedro Prudêncio - proprietário de uma balsa, era rico comerciante, possuía um grande armazém na margem esquerda. a Iª balsa afundou, comprou outra.
· Sr. Manoel Jango Sampaio – proprietário de outra balsa ,morador também da margem esquerda, trabalhou longos anos, ajudado inclusive pelos seus filhos.
Somente por volta de 1960 acabam-se definitivamente esses serviços de “Passagem” que originou o nome do bairro.







CHRISTIANO EM TUBARÃO

Após a inauguração da ponte de Cabeçudas em 1884, aparece no canteiro de obras o fazendeiro Sr. Henrique Feuerschüette, à procura de um bom ferreiro para trabalhar em sua fazenda em tubarão, no bairro Passagem margem esquerda.
Christiano foi logo apontado pelos engenheiros da Cia. como o mais completo funcionário da obra.
Feita a proposta , Christiano aceitou imediatamente, pois ambos eram da mesma nacionalidade e também por falarem a mesma língua , facilitava o entendimento. Este fator acabou contribuindo também para que se tornassem grandes amigos e esta amizade estendeu-se mais tarde ao seu sobrinho Dr. Otto Feuerschüette, conceituado médico da nossa região.
Aconselhado pelo fazendeiro Henrique, Christiano compra uma grande gleba de terras no bairro Passagem.
Estas terras pertenciam ao Sr. Custódio Pinto de Sampaio, muito rico, de origem portuguesa, que morava nesta região.
A área adquirida por Christiano foi de 2.904 m² porém Custódio desejava vender mais, possuía terras desde a Cia Souza Cruz até a ponte de ferro. Christiano recusou-as pois dizia não querer ter mais, do que pudesse aproveitar.
E justamente ficou só com o que necessitava e fez suas terras prosperarem. Esta gleba ia desde a beira do rio, rua Lauro Müller até o final da antiga rua três “F” (hoje rua Canadá).
Nas margens do rio na rua Lauro Muller construiu uma grande casa, de ripa e barro (estuque), como eram construidas as casas naquele tempo.
Na fachada abriu duas portas enormes, funcionava como uma espécie de venda bem sortida, desde ferramentas até gêneros alimentícios. Mais tarde esta casa ficou conhecida como bar do Sr. Felício Medeiros. Esta construção foi destruída somente em 1974, na grande enchente.
Nos fundos desta casa tinha um porto. Ali mandou construir uma casa menor que servia de pousada para que seus clientes que vinham de longe, de canoa, comprar mantimentos e ferramentas, descansarem até que ele terminasse de aprontar as encomendas. No outro lado da rua, em frente ele morava com sua família numa grande casa e ao lado construiu sua oficina.
Caso não desse tempo de terminar o serviço, Christiano convidava seus clientes para pernoitarem na pousada. Vinham colonos de toda a região à procura dos serviços do ferreiro. Eram de Braço do Norte, Gravatal, Armazém; chegavam pelo rio, em três ou quatro canoas grandes.
A procura era sempre maior que a oferta e Christiano trabalhava sem parar. Aos poucos os filhos e netos foram crescendo e iam ajudando também.
Quem ali tivesse que pernoitar, não pagava nada: cama, comida, tudo era livre de despesas.
Era um tempo de muita fartura e Christiano, apesar de ser rigoroso, tinha um bom coração. Era contra a escravidão no Brasil. Jamais teve escravos.
Sua fama cresceu, e já não tinha concorrente capaz de enfrentá-lo. Os filhos faziam o serviço, porém tudo passava pelo seu controle e se algo não fosse aprovado ele mandava derreter o ferro e fazer tudo outra vez. Era muitíssimo organizado, tudo tinha lugar certo, que ninguém ousasse mudar de lugar alguma ferramenta - ficava furioso. Usava sempre um avental grosso para trabalhar e não se sujar.
Quando queria chamar algum filho, bastava bater com a marreta na bigorna três vezes, e os filhos apareciam logo, estejam lá onde estivessem. Christiano não admitia esperar. O ferro na podia passar do ponto e todos tinha consciência disso.
Ele não admitia que pessoas estranhas entrassem em seu local de trabalho, dizia que tirava a concentração, além do que era perigoso, por que podia soltar alguma fagulha e causar ferimentos.
Quando alguém esquecia e entrava sem ser convidado, ele colocava o ferro no fogo para esquentar, e quando estava bem vermelho, batia com força de lado, na bigorna, e o ferro em brasa jogava fagulhas em cheio sobre a pessoa que estava ali, que assustada saia correndo.
Christiano achava graça, fazia aquilo de propósito, depois comentava com os filhos:
“Mais um aprender lichón “
Se precisasse se afastar da ferraria por qualquer motivo, recomendava aos filhos que fossem se revezando, o trabalho não podia parar. Jamais deveriam fechar a ferraria, quando ele precisasse viajar.











GRAVE ACIDENTE

Por volta de 1893 Christiano sofreu um grave acidente em sua ferraria.
Ao bater um grampo de cerca na bigorna, este saltou-lhe no olho. Acabou ficando cego de uma vista.
A falta de recursos médicos aqui fez com que tivesse que se deslocar até Porto Alegre (Santa Casa de Misericórdia ) para extrair o olho e colocar uma prótese, usava sempre um tapa olho. Mais difícil ainda era a viagem até lá. Não havia condução, o trem só ia até Criciúma. O restante era só aventura, estradas também não existiam, o viajante ia abrindo picada pela mata, seguia estradas de tropeiros até alcançar a praia, beirando assim o litoral até onde fosse possível.
Mas Christiano não esmoreceu; espírito aventureiro, resolveu enfrentar todos os perigos, era corajoso e resolveu que iria só.
Depois de acertar tudo em casa, dividiu as tarefas, muitas recomendações aos filhos, esposa, despediu-se.
Não sabia ainda quando retornaria, isto caberia a Deus, não pensava nos perigos, deixou para resolver quando aparecessem.
Embarcou num trem aqui na Passagem (antigo Km 50) rumo a Criciúma.
Levando uma sacola cheia de víveres e água, pois a jornada iria ser dura, teria que dormir na praia muitos dias e era preciso estar preparado. Levava manta, faca, salame, pão, fósforo, tudo. Dormir na mata era perigoso devido aos animais ferozes. Quando encontrava alguma casa de colono, pedia pousada.
Depois de quase um mês chega a Porto Alegre e é internado na Santa Casa de Misericórdia.
A extração do olho, contava ele que foi sem anestesia naquele tempo. Depois teve que aguardar mais uns vinte dias para poder colocar a prótese.
O médico que o atendeu aconselhou a voltar de vapor, que era um transporte mais seguro.
Christiano aceitou, tinha recursos; a viagem demorou, mais valeu a pena. O vapor chega a Laguna finalmente, mas ele teve que esperar o trem horário para vir até Tubarão.
A saudade de casa era enorme, mais de dois meses fora, não via a hora de chegar, retomar seus afazeres.
Ao chegar em casa quase não descansou, queria dar fé em tudo, saber como as coisas andaram sem sua presença.
Não demorou muito, já voltava à lida, nada o desanimava.
A família König foi crescendo, os filhos foram casando, apareceram os primeiros netos e foram todos ajudando nos afazeres diários. Christiano continuava trabalhando.
Os netos o chamavam carinhosamente de “Dindinho”.
Só era permitidos o descanso aos domingos. Pois Christiano fazia questão que todos fossem à igreja, sempre foi católico fervoroso.
Como prosperou muito, e o dinheiro sobrava, resolveu então criar gado. Mandou construir atrás de casa um grande “piquet” e na época das enchentes ia buscar o gado no Campo da Eira (Madre) e colocava ali, que era um lugar mais alto. Paralelamente iniciou a criação de galinhas e porcos, possuía mais de mil aves.
Para não acumular sujeira, fez os currais e galinheiros altos do chão. Não gostava de lama ao redor de casa, como acontecia geralmente em todo o quintal naquela época.
Tudo que fazia cercava e era extremamente limpo.
Dedicou-se também a agricultura, plantava milho, café, cana-de-açúcar, feijão. Foi apicultor e a venda de mel lhe rendia um bom lucro.
Costumava acordar antes do sol nascer e era o último a se deitar tinha muita saúde e disposição.
Era dotado de grande inteligência, elevado espírito progressista e imensa vontade de servir a comunidade.
Muito auxiliou seus vizinhos e amigos, transmitindo-lhes seus conhecimentos relacionados com o uso e bom aproveitamento do solo. Zelava também pela saúde dos animais, visando com isso melhores rendimentos.
Mandou construir ao lado de sua casa, um grande “salão para divertimentos".
Foi a primeira casa que recebeu vidros nas janelas, no bairro Passagem. Foi uma grande novidade para a época. A casa era de estuque-uma mistura de barro com cal. Não se construía casa de madeira porque a luz era de lamparina ou lampião à base de querosene e havia o temor que pegasse fogo.
Este salão foi o primeiro que recebeu pintura - caiação de cor rosa.
No inicio este salão serviu como clube de senhoras, várias vizinhas reuniam-se ali para costurar e bordar.
A única máquina de costura era manual e pertencia a Sra. Maria , esposa de Christiano.
Depois começaram as primeiras reuniões familiares, bailes domingueiros, concentrava-se tudo ali naquele salão.
Foi o primeiro clube do bairro Passagem. Os filhos montaram uma banda típica alemã, com que a família divertia-se.
Por volta de 1903 sua esposa Maria fica muito doente, forte crise de asma, não podia mais andar, cansava-se logo, estava acima do seu peso normal ,tudo piorava seu estado. Era maio, neste mesmo ano vem a falecer. Tinha pouco mais de cinqüenta anos. Christiano sentiu demais a sua morte. Em homenagem a ela, ele próprio confeccionou uma cruz de ferro e a colocou em sua sepultura. Está até hoje conservada.
Após o falecimento de sua esposa Christiano tornou-se um homem triste, fechado, não falava de sua vida privada com ninguém.
Os filhos não ousavam conversar sobre isto. Todos os finais de semana ia para Araranguá a cavalo.
Saia de casa nas sextas-feiras e só voltava na segunda.
Não dizia onde ia, nem onde pernoitava.
Levava sempre dois cavalos, quando um cansava ele trocava de animal, para não judiar deles, dizia.
Suas viagens tornaram-se um grande mistério.
Porém, não deixou de trabalhar. Cuidava de todos os seus afazeres, só não trabalhava mais nos finais de semana.
Os filhos desconfiavam que ele estava namorando alguém lá em Araranguá, mas não perguntavam em respeito ao pai.
Ele não permitia esta abertura, não comentava nada.
Christiano tinha uma ótima saúde, trabalhou até os 84 anos de idade na ferraria. Ficou viúvo por 27 anos e jamais se casou novamente.
No ano de 1930, porém já velho, a saúde começou a mudar.
Estava com 87 anos quando contraiu febre amarela chamada de sezão. Esta sim conseguiu derrubá-lo completamente.
Ficou acamado vários dias e logo em seguida teve tosse comprida - coqueluche - o coração já estava fraco. Diariamente, o bondoso e fiel amigo Dr. Otto ao passar de canoa em frente a casa de Christiano , parava e vinha visitá-lo até três vezes ao dia. Porém de nada valeram seus esforços e dedicação.
Numa crise de tosse muito forte, o coração não resistiu.
Era fevereiro, véspera de carnaval, dia 5 Christiano dá os últimos suspiros em sua própria casa, na Passagem.
Foi decretado luto por três dias no clube oito, fundado por ele.
Foi sepultado ao lado de sua querida esposa no cemitério municipal da cidade de Tubarão.
Em homenagem póstuma seu nome foi colocado em umas das ruas do bairro Passagem. Justa homenagem prestada pela Câmara dos Vereadores a este saudoso e batalhador tubaronense.















DESCENDÊNCIA

Christiano e Maria tiveram ao todo 9 filhos, 35 netos, 50 bisnetos
PEDRO ;
NICOLAU;
JACOB;
OSCAR;
Filhos: ANNA;
MARIA;
BERNADINA;
JOÃO;
APOLÔNIA;

1º Pedro- Era chefe de trem da estrada de ferro Dª Tereza Christina, morreu esmagado entre os vagões. Era casado, não consegui saber o nome da esposa. O casal teve uma filha chamada Santa que mais tarde veio a casar-se com Fernando Pinto Sampaio,
2º - Nicolau - Casou-se com uma jovem da madre conhecida pelo apelido de Tuda. Teve vários filhos, mais tarde foi para Porto Alegre e não deu mais notícias. Este , dizem tinha o Dom da vidência e premonição.

3º - Jacob - Casou-se com Adelaide, uma costureira. Foi morar em Imaruí, era ferreiro possuía lá uma oficina. Não deixou descendência.

4º - Oscar - Casou-se com Fernandina Antero, tiveram onze filhos, moravam em Tubarão. Ele trabalhava na estrada de ferro Dª Tereza Christina.
Seus filhos foram:
Manoel, Carlos, Severiano, Moisés, Ana, Amélia, Maria, João, Lindolfo, Elza e Luiz.

5º - Anna - Casou-se com Manoel Medeiros, tiveram três filhos: José, Jovino, Miguel. Ela faleceu no terceiro parto.
Seu esposo casou-se cinco vezes.

6º - Maria König - casou-se com Luiz Seiler (Saider) e foi morar em Blumenau. Luiz era aquela criança que veio com os pais da Alemanha para o Brasil ainda bebê de colo, juntamente com Chistiano e agora torna-se seu genro.
Por sua vez Maria e Luiz tiveram dois filhos: Maria e Ernesto.

7º - Bernardina - Casou-se com Manoel Brígido Costa, teve um único filho chamado João,ela faleceu neste parto.
Manoel casou-se novamente com com sua ex.noiva Sabina Alves conhecida como Dona Sinhá, tiveram uma única filha chamada Marina Costa.
O filho João casou-se com Olga Paes que faleceu no parto, então ele casa-se com a sobrinha dela chamada Margarida.

8º - João - Era carcereiro em Tubarão.
Casou-se duas vezes:
1ª esposa - Ana Fermiano, tiveram três filhos: Procópio, Nicolau e Maria.
2ª esposa - Marcolina Cabral tiveram seis filhos: Bernardina, José, Nascimento, Isabel (belinha), Manoel e Paulina

9º - Apolônia - Não se casou. Teve um único filho com Sílvio Sampaio
Seu filho chamava-se Lauro Christiano könig.


Todos eles têm sua história, porém vou limitar-me a falar principalmente de Apolônia e Lauro Christiano que são respectivamente, minha avó e meu pai.









APOLÔNIA KÖNIG (1880 - 1958)

Era a filha mais nova de Christiano e Maria. Aprendeu a ler e escrever sem nunca haver freqüentado uma escola, pois naquela época não havia, aprendeu tudo com seu pai.
Era ruiva, cabelos finos muito longos, olhos verdes, de estatura média , não era gorda nem muita magra. Possuia um bom coração, sempre muito generosa com todos.
Com a morte prematura de sua irmã Anna, ajudou a criar os três sobrinhos: José, Jovino e Miguel.
Sua mãe era muito doente e faleceu em seguida. Então ela teve que assumir todo o compromisso do lar sozinha. Levantava-se muito cedo para poder dar conta do serviço. As quatro horas da manhã já estava de pé, ia buscar água no rio com uma lata grande de querosene nos ombros, antes que o hospital jogasse seu esgoto ali.
Lavava toda roupa da casa no rio, engomava os ternos de linho do pai e irmãos.
Enfim, sua vida era dura, sobrava pouco tempo para diversão.
Antes de sua mãe falecer, estava namorando escondido um jovem vizinho, chamado Sílvio Pinto Sampaio, não havia falado para ninguém, pois seu pai era muito bravo e ela sabia que ele não iria aprovar este namoro. Os dois estavam apaixonados e num destes encontros tiveram um contato mais íntimo, uma única vez, contava ela.
Por ironia do destino, ela engravidou. Sozinha sem ninguém para confiar seu segredo, resolveu conversar com Silvio. Os dois assustados ficaram sem saber o que fazer, os pais não iriam aprovar jamais aquela união, pois Silvio era ainda menor de idade .
Naquela época ser mãe solteira era um escândalo, fato raro. Sílvio então resolveu contar tudo a sua mãe, que já era viúva, chamava-se Maria Mendonça.
Esta não teve outra alternativa, muito chocada com a revelação do filho, com medo da reação do pai de Apolônia resolveu mandar o filho para São Paulo, com o pretexto de ir estudar. Lá já morava seu outro filho Custódio Pinto Neto.
Muito contrariado, Sílvio teve que obedecer a mãe, não tinha outro jeito .
Quando Apolônia ficou sabendo, ele já havia partido sem ao menos poder despedir-se dela. Esta por sua vez teve que suportar sozinha aquela situação, não falando nada para ninguém, foram nove meses de tortura, ninguém podia desconfiar de nada, apertava a barriga o quanto podia para disfarçar a gravidez.
Maria Mendonça por sua vez , vende suas terras aqui e vai embora para São Paulo com o restante da família.
Apolônia ficou só, entregue a sua sorte e o tempo foi passando...
Na manhã de oito de janeiro de 1904, Apolônia acordou com fortes dores.
A criança não tardaria a nascer. Nervosa, com muito medo, chamou sua sobrinha Bernardina e pediu que chamasse rápido a parteira , ali perto.
A menina saiu às pressas, sem entender bem o que estava acontecendo.
Quando a parteira entrou no quarto, não deu mais tempo para perguntas. A criança estava nascendo, Apolônia não soltava nem um gemido, agüentava firme com receio que alguém mais chegasse. A criança era robusta, um lindo menino, claro, olhos azuis, perfeito.
Christiano almoçava cedo, às onze horas; chegou em casa e percebeu o fogão a lenha apagado, panelas vazias sobre a chapa, preocupado foi verificar o que estava ocorrendo..
Dirigiu-se imediatamente para o quarto da filha .

Porem antes de entrar ouviu o choro de uma criança. A parteira percebendo a sua chegada correu até a porta para impedi-lo de entrar no quarto dizendo : “Deixe sua filha descansar, ela acabou de dar a luz a um lindo bebê.”
Christiano leva o maior susto de sua vida, pois nem sabia do namoro dela. Refeito do golpe fala áspero, demonstrando muita mágoa:
-Por que Apolonia esconder gravidez ?
- Ninguém falar nada.. .
E saiu abalado do quarto sem ao menos olhar para a filha e o neto..
Os irmãos também ficaram surpresos , porém diante da situação foram vê-la e a confortaram.
A notícia se espalhou como um rastilho de pólvora pela redondeza.
O menino recebeu o nome de Lauro Christiano König, em homenagem ao avô ela colocou seu nome. Mesmo assim ele não quis mais falar com a filha; quanto ao neto, nem chegava perto.
Estava muito magoado. E o tempo foi passando...
Como a casa era muito grande, a criança ficava mais no quarto, não atrapalhava. Apolônia não deixava Lauro chorar para não irritar o avô.
O velho ficava na biblioteca, ler era o que mais gostava de fazer nas horas de folga. Não permitia que o interrompessem, não gostava de ser incomodado.
Todos da casa sabiam e respeitavam sua privacidade.
Um certo dia, Lauro já caminhava, muito curioso entrou na biblioteca do avô.
Apolônia, que tinha se descuidado por uns momentos, correu para buscá-lo, aflita. Porém teve uma grande surpresa quando deparou-se com a seguinte cena:
Lauro estava sentadinho no colo do avô pela primeira vez e este mostrava um livro de estória para o neto.
Apolônia ficou paralisada, não acreditava no que via :
Foi quando Christiano disse para ela::
- Deixar criança aqui, , voltar teus afazeres.
Ela saiu da biblioteca radiante de felicidade, o tempo fora o melhor remédio para curar todas as feridas, com este gesto ele demonstrou que ela estava perdoada.
Daquele dia em diante, o avô saia de casa com o neto, todos admiravam, era muito esperto, era o orgulho dele.
Quando alguém perguntava de quem era aquela criança ele respondia:
- Ser filha Apolônia, meu neta.
Agora o menino tinha trânsito livre pela casa, menos na ferraria, ninguém o deixava entrar, todos o assustavam dizendo que o avô era muito bravo. Além do que não era lugar para criança brincar, ele obedecia.
O tempo foi passando, a alegria voltou a reinar naquela enorme casa.
Certo dia, aos quatro anos de idade aproximadamente, Lauro entrou furtivamente na ferraria, era muito curioso., ficou ali bisbilhotando sem ser visto por ninguém, até que derrubou algumas ferramentas.
Ao ouvir o barulho, Christiano correu para ver o que estava acontecendo, quando deparou com o neto ali. parado olhando para ele , logo em seguida a criança apontou com o dedinho e disse para o avô:
- Não entra, to brabo (imitando-o)
Diante desta reação, o avô achou muita graça e falou:
- Todos falar eu ser brabo? Assustar criança ? É o que dizem de mim?
- Como se quisesse demonstrar o contrário , em seguida pegou o netinho no colo e foi mostrar toda a ferrar Assim tornaram-se grandes amigos, foi com o avô que ele aprendeu a profissão de ferreiro, mais tarde herdou tambem sua ferraria.
Lauro tinha o avô, como um pai, era seu ídolo.
Apolônia por sua vez, jamais quis se casar. Christiano a chamava para decidir quando apareciam pretendentes, mas ela recusava a todos dizendo:,
- Não estou a procura de marido, se não casei com Sílvio, não casarei com ninguém.
E saia rapidamente da sala. Seu pai não insistia, ele sabia que ela tinha forte personalidade não voltava atrás.
Era uma mulher corajosa, herdou do pai essa qualidade não parava de trabalhar. Vivia inventando pratos, adorava cozinhar, estava sempre rodeada de crianças.
Fazia cucas de mel deliciosas, doces de figo, mamão, paçoca de amendoim feita no pilão, pão caseiro cosidos num forno de rua, bolo de milho na chapa, pamonha, angu, broas, roscas de polvilho enfim todos os doces coloniais.
Tinha sempre a mesa farta ninguém saia de sua casa sem experimentar seu gostoso café passado na hora, seus bolinhos fritos eram deliciosos.
Todas as pessoas que tiveram o privilégio de conhece-la, afirmam que ela era uma pessoa meiga, jamais levantou sua voz para ofender alguém.
Apesar de ter seus problemas e muitas responsabilidade sobre seus ombros, desde cedo soube se colocar, teve muita garra, não era revoltada com a vida, jamais se queixava.
Quando alguém da família, precisava de apoio, corriam até lá, ela protegia, aconselhava, ajudava.
Ela e Sílvio jamais se reencontraram.
Ele nunca mais voltou a Tubarão; apesar de ter se casado em São Paulo também não se esqueceu dela.
Por volta de 1945, após uma forte dor nos olhos e longo tratamento, Apolônia perdeu umas das vistas. Na época não havia especialistas e os médicos que havia, não souberam diagnosticar de qual doença se tratava.
Apesar deste incidente, Apolônia não deixou de seus afazeres, nem se abateu.
A outra vista não foi afetada e ela continuava a trabalhar normalmente.
Somente em 1957 ela começou a se queixar de alguma dor. Sentia-se abatida e cansava logo.
Daquele ano em diante passava mais tempo na cama do que costumava. Levada no médico foi constatado ser câncer no útero.
. Aos poucos ela foi definhando, seu sofrimento era intenso porém, não se lamentava.
Os recursos da época foram todos empregados, mais foi tudo em vão.
Numa manhã de verão às 05:30 hs, do dia 4 de Dezembro de 1958 (Dia de Santa Bárbara) ela faleceu aos 78 anos de idade, deixando-nos uma grande lição de vida.

CASOS

Apolônia gostava de contar casos e estórias; todas as noites adultos e crianças a rodeavam para ouvi-los. Eis alguns que ficaram na nossa memória. Outros casos foram contados por parentes.

VISÃO

Contava ela que seu irmão Nicolau, quando casou, comprou na região de Braço do Norte uma grande gleba de terras, por serem mais baratas. Ali construiu um pequeno paiol de madeira para guardar as ferramentas, pois era longe de onde morava e pretendia plantar milho no local, fazer uma roça. Para chegar até lá, tinha que sair de madrugada de casa e voltar antes do escurecer, caso contrario não encontraria o caminho de volta. Naquele tempo, iam abrindo picada na mata. Certo dia, ao entardecer, chegou em casa cansado de trabalhar. Descansou um pouco, lavou-se e antes do jantar começou sua oração de costume, pois era muito católico e não fazia nenhuma refeição sem antes rezar. Neste instante ele teve uma visão , era um Dom que ele possuía.
Estava vendo um ladrão no interior de seu paiol, com suas ferramentas nas costas. Nicolau ficou muito agitado e dizia que tinha que voltar imediatamente à roça, precisava chegar antes do sol nascer pois do contrario o ladrão morreria. Os familiares imploraram para ele não ir, pois logo anoiteceria e era perigoso andar na mata aquela hora, poderia ser atacado por algum animal feroz ou até mesmo perder o caminho e ficar andando a esmo.
Mas Nicolau era teimoso e não deu ouvidos a ninguém. Alguns vizinhos foram então com ele, pois era mais seguro.
Para guiar o caminho ele levava consigo sempre um “isqueiro de corrente” muito antigo. Mas naquela noite nem foi preciso usá-lo, pois a lua era cheia, e iluminava tudo. Assim puseram-se a caminhar, o mais rápido possível.
Depois de longa caminhada, finalmente chegaram e constataram que o paiol estava realmente arrombado, para surpresa de todos que o acompanhavam, e encontraram de fato um indivíduo lá dentro.
Chegaram mais perto e puderam ver que tratava-se de um negro forte, estava paralisado, com os olhos arregalados, e tinha um saco de ferramentas nas costas. Parecia que estava hipnotizado. Todos estavam admirados com a cena, menos Nicolau, que disse uma palavra de ordem, estalou os dedos e o ladrão largou então o saco de ferramentas e saiu dali sem levar nada.
Semanas depois ficaram sabendo que o tal ladrão era em escravo de uma fazenda próxima, que havia fugido.
Apolônia dizia que Nicolau também jamais havia sido picado por cobra ou atacado por algum animal feroz: bastava ele olhar firme e eles ficavam paralisados. Trazia consigo sempre uma forte oração que o protegia de todo perigo.

AVISO

Numa outra vez o mesmo irmão Nicolau, a mulher e os filhos pequenos foram para a roça colher milho. Saíram de casa antes do amanhecer, era tempo de colheita e pretendiam aproveitar bem o dia.
O caminho era longo e antes de entrar na mata, teriam que passar por uma choupana onde tinha uma espécie de torre. Neste local havia uma mulher com problemas mentais que ficava presa nesta torre. Era filha de colonos da região de Braço do Norte.
Naquele dia ela estava muito agitada e começou a gritar logo que os avistou. Entre muitos gritos de alerta ela dizia que eles deveriam voltar dali, pois tinha um enorme perigo à frente, para eles retornaram, não ir à roça naquele dia. Caso não lhe dessem ouvidos iriam todos morrer com certeza.
Eles passaram por ali, quietos mas apreensivos.
O que será que estava à espera deles?
A esposa de Nicolau e os filhos ficaram assustados, pediam para voltar. Porém ele não deixou e disse tratar-se só de uma demente, que não dessem ouvidos a ela.
Seguiram em frente, não adiantava discutir ele era muito teimoso..
Ao longe ainda podiam ouvir a mulher alertando do perigo que corriam e gargalhando.
Nicolau, como sempre, ia à frente do grupo, concentrado, atento a tudo. De repente sentiu um calafrio na espinha, imediatamente ordenou que todos deitassem ali mesmo, o perigo estava próximo, ficaram imóveis. Começou a pressentir algo ruim, não conseguia ver nada ainda. Ele deitou-se também, para esperar clarear bem o dia e ver do que se tratava. Foi aí então, que resolveu jogar seu isqueiro de corrente mais à frente e para surpresa, viu um enorme poço a uns passos dali: Ficou arrepiado ira, pois estavam certamente diante do poço sem fundo de que tanto ouvira falar. Caso não tivesse pressentido cairiam fatalmente nele. Ao clarear, pôde constatar também que havia errado o caminho.
Chegando mais perto, jogou umas pedras no poço e descobriu que era realmente sem fundo, pois não ouvia o som das pedras ao chegar no final. Ao retornar ouviram a demente gritar: - Não és tão corajoso? Por que não fostes adiante?.



ALMOÇO EM ARMAZÉM

Certa vez João, o irmão de minha avó, e um sobrinho, foram fazer um serviço de ferreiro em Armazém, na propriedade de um senhor de origem alemã. Os dois, eram morenos e estavam bastante queimados pelo sol, pois andavam muito a cavalo naquele tempo. Saíram bem cedinho de Tubarão para aproveitar o dia. Depois de uma longa cavalgada, chegaram finalmente ao destino.
Começaram logo a trabalhar, consertando arados, repondo peças, serviço pesado. Por volta do meio-dia, o dono da casa os convidou para almoçar com a família. Eles logo aceitaram, pois já estavam famintos.
Quando entraram na residência encontraram a família reunida numa mesa farta. Não se fizeram de rogados e comeram de tudo que era oferecido.
A certa altura do almoço, a dona da casa comentou em “alemão” com o marido que nunca vira tamanho apetite e que da próxima vez ele não os convidasse mais, estavam dando muito prejuízo. Ela continuou falando mal deles. Os dois rapazes, que entendiam o idioma, resolveram continuar comendo, agora por pirraça. Quando estavam fartos, dirigiram-se à dona da casa e em alemão perguntaram, quanto deviam, pois faziam questão de pagar o almoço. A mulher, surpresa ficou sem saber o que responder e envergonhada, saiu correndo para os fundos da casa. O marido encabulado, foi quem pediu desculpas por ela e comentou que jamais iriam imaginar que dois rapazes tão morenos, fossem de origem alemã e entendessem o que estavam falando à mesa.

ESPINGARDA DE SAL
Os netos de Christiano eram muitos levados e sempre o tiravam do sério. Moravam todos perto de sua casa.
Dindinho, como era chamado carinhosamente pelos netos, possuía uma espingarda de sal e quando nervoso ameaçava atirar nos netos se estes passavam dos limites. As crianças, por sua vez, tratavam logo de fugir e subiam no topo de um enorme abacateiro que havia no quintal, até o avô se acalmar. Esbravejando, ele que tinha dificuldade com nossa língua, dizia: - Hoje eu mata Moíssas de Óscar e Nascimenta de Chóm. - referia -se aos netos, Moisés filho de Oscar e Nascimento filho de João.
A situação só não piorava porque Apolônia persuadia seu pai a deixá-los em paz. Assim os sobrinhos iam crescendo, tendo sempre por perto a bondosa tia para protegê-los.

“ REVÓLVER SEM MUNIÇÃO ”

Pedro König e os irmãos, quando solteiros, fizeram em casa um revólver de ferro; como não tinha munição, colocaram um prego para carregar a arma.
E assim saíam caçando pelas redondezas. Eles também formaram uma bandinha típica alemã e iam tocar nas festas.
Foram certa vez contratados para tocar num baile em Braço do Norte.
Saíram a cavalo, os quatros irmãos , pois este era o jeito mais rápido de chegar até lá. No final do baile houve um desentendimento entre eles e o pessoal local devido ao pagamento da banda , cuja qüantia não estava de acordo com o que fora combinado.
Pronto, o tumulto estava armado.
Para defender-se da situação, Pedro sacou seu revólver e ameaçou atirar caso alguém tentasse impedi-los de sair de lá os outros irmãos preocupados chamavam por ele, pois a confusão estava aumentando. João, muito nervoso , gritava: - o prego caiu; junta o prego, Pedro. Mas este, concentrado e com o revólver apontado para o pessoal, não ouvia.
O pessoal de Braço do Norte, sem saber que a arma não tinha munição, recuou.
Assim eles puderam safar-se de uma grande confusão, graças ao revólver de ferro.


“ PREGADOR DE OURO ”

Certo dia Luiz Saider já adulto, vem a Tubarão visitar Christiano König.
Aqui chegando conhece sua filha Maria e apaixona-se por ela. Após um curto período de namoro, casam-se e vão: residir em Blumenau. Desta união nascem dois filhos, Maria e Ernesto. Dez anos depois, quando os filhos estão crescidos, eles trazem as crianças para visitar o avô em Tubarão.
Naqueles tempos, as viagens eram um martírio. Eram feitas a cavalo e levavam-se muitos dias. As crianças sentiram muito, pois as dificuldades foram imensas, nada confortável; tiveram muitas assaduras. Assim que chegaram foi um alivio. Passaram um bom tempo na casa do avô, se tratando.
Mas na hora de retornar a Blumenau, Maria não quis voltar com os pais. tinha dez anos de idade. Eles foram adiando a volta, ela sempre arranjando desculpas. Já estava muito apegada à tia Apolonia, que era muito querida, e ao avô Christiano.
Os pais fizeram de tudo para levá-los, mas foi em vão. O jeito foi deixá-la ficar uns tempos. Levaram só o menino Ernesto.
O tempo foi passando e Maria, já adolescente, conhece um rapaz chamado, Estevam Machado, namoram e casam-se. Os pais vêm ao casamento.
Depois que os filhos foram nascendo, aí mesmo que Maria não viajou mais.
Jamais retornou a Blumenau. Com sacrifícios os pais vinham visitá-la.. Certo dia seus pais voltaram e a mãe entregou a ela um lindo presente. Era um pregador de ouro (broche). Na jóia havia incrustado uma âncora, um coração e uma cruz.
A mãe conta à filha o significado daquele presente , com certa mágoa.
· a âncora representa a fé
· a cruz representa a caridade
· o coração representa o amor que eles tinham por ela, apesar de ela os abandonar.
Depois desta visita os pais nunca mais voltaram a revê-la. Luiz Saider faleceu em Blumenau, a filha não foi ao enterro; sua mãe também faleceu meses depois; só o avô Christiano é quem foi.
Porém as palavras proferidas pela mãe ficaram na cabeça da filha Maria. Com este gesto a mãe deu-lhe um tapa com luvas de pelica, como se costuma dizer.
Ela sabia que os havia magoado muito.
Momentos antes de falecer, Maria Machado contou à filha Adelaide este triste episódio. Disse que iria levar esta mágoa consigo para sempre, pois considera-se uma filha ingrata, esperava que os pais perdoassem. Faleceu em seguida nos braços da filha em Capivari de Baixo.



















LAURO CHRISTIANO KÖNIG (1904 - 1985)

Nasceu no dia 8 de janeiro de 1904, na Passagem, Tubarão. Aprendeu a ler e escrever aos cinco anos de idade, em casa, com o avô. Mais tarde, foi completar seus estudos em Laguna no Colégio Stella Maris , pois aqui não havia escola ainda. Lauro era canhoto, porém, ao freqüentar a escola, foi forçado a escrever com a mão direita - destra- tornando-se assim ambidestro .Naquela época a disciplina era muito rígida e caso ele esquecesse e escrevesse com a canhota imediatamente era aplicado castigo nas mãos.
Este fato fez com que ele desenvolvesse habilidade em ambas as mãos. A instrução também era só primária e poucos eram incentivados a estudar, o ensino era particular. Ele continuou lendo, interessando-se por todos os assuntos. Possuía uma memória fabulosa e quando lia jamais esquecia uma data, um detalhe, bastando para isto ler uma única vez. Possuía sede de saber e gostava de passar seus conhecimentos aos outros.
Era um contador de história nato - quem o escutava ficava fascinado. O que mais surpreendia as pessoas era sua forma de narrar e caso não desse tempo de terminar a história naquele dia, no outro recomeçava exatamente do ponto onde havia parado.
Era muito bem informado, lia todos os jornais da época, ouvia rádio, principalmente o “repórter Esso”, grande noticiário semelhante hoje ao “Jornal Nacional”. Não deixava de ouvir “A voz do Brasil” pois dizia que ali as notícias eram autênticas, não haviam sido manipuladas ainda. Gostava de política e futebol, era torcedor fervoroso do extinto Hercílio Luz Esporte Clube.
Em 1927, ele e mais cinco rapazes foram para Porto Alegre à procura de trabalho, pois souberam que estava recrutando homens para trabalhar no cais da porto. Todos tinham experiência, o serviço por aqui estava escasso, resolveram partir. Por este motivo, ao procurar algum documento para levar na viagem, Lauro descobriu que ainda não havia sido registrado. Então ele próprio, aos 23 anos de idade, foi fazer o seu registro de nascimento.
Somente aos 38 anos, devido à IIª Guerra Mundial, foi convocado pelo ministério da Guerra e alistou-se no exército. Recebeu o certificado de reservista de 3ª categoria, ficando isento da prestação dos serviços.
Prestou juramento à Bandeira no dia 6 de julho de 1942, em Florianópolis.



VIAGEM A PORTO ALEGRE

Antes de viajar, Lauro foi despedir-se da namorada Celeste Viana, sua vizinha. Já namoravam há três anos porém, como era comum, ninguém da família dela sabia. Celeste não estava em casa, ele então disfarçadamente deixou um bilhete de despedida na fresta da janela do quarto dela e partiu. Entretanto quem encontrou a tal bilhete foi a mãe de Celeste, só aí a família toda ficou sabendo deste namoro. Neste bilhete ele pedia para que ela o esperasse, jurava que a amava e voltaria para casar com ela. Celeste estava apenas com quinze anos de idade e levou o bilhete a sério. Porém a família caçoava muito, e ela, apaixonada, suportou a zombaria dos irmãos. Agora era uma moça comprometida e decidiu que iria esperar por ele.
Corria o ano de 1927, Lauro partiu com seu tio João König, o amigo João Basílio, do Campestre e os primos José, Jovino e Manoel König (Ziza).
Naquela época o trem ia até Araranguá - Barrancas. O restante da viagem seria a pé, iriam fazer o mesmo trajeto que o avô Christiano fizera sozinho 24 anos antes.
A expectativa era enorme, jamais haviam saído para tão longe.
Como era de se esperar, iam repletos de esperanças e sonhavam com uma vida melhor na cidade grande. Todos eram ferreiros e com larga experiência.
Lá estavam precisando deles para consertar carretões que levavam mercadorias do cais para os navios. Havia muito trabalho para eles com certeza.
A viagem a pé foi penosa. Tinham que dormir na praia, ainda não havia estrada, iam sempre pelo litoral.
No meio da viagem encontraram um colono que ofereceu pousada em sua humilde casa. Era uma pequena choupana, feita de ripa e barro e coberta de palha. Havia uma mulher e duas crianças, mas mesmo assim as dez pessoas se ajeitaram para dormir.
Estavam cansados, era melhor do que ficar ao relento.
Eles levavam muita comida, salame, pão, broas, enfim alimentos não perecíveis e repartiram com a família do colono em sinal de agradecimento pela acolhida.
Após a refeição foram tentar dormir.
De repente, um deles viu uma enorme cobra toda enrolada na viga do teto. Alertados do perigo todos pularam apreensivos, o susto foi grande.
Mas para surpresa deles o dono da casa os acalmou dizendo:
- Não tem perigo, é apenas o meu gatinho de estimação, voltem a dormir, esta cobra é mansa criei ela desde pequena.
Apesar do medo de dormir com aquele perigo dentro de casa, cansados adormeceram.
No dia seguinte ao acordar viram a cobra no mesmo lugar quieta, fizeram outra rápida refeição, agradeceram a hospedagem e partiram novamente.
Os seis rapazes foram caminhado, continuaram pela praia, e quando estavam quase chegando em Torres apareceu um carro, cena rara naqueles tempos.
Era um conversível - Ford Bigode - tendo como chouffer um senhor gordo de idade um pouco avançada.
Os jovens resolveram arriscar e pedir uma carona, não agüentavam mais tanto caminhar.
Para surpresa deles o carro parou, porém só tinha lugar para quatro pessoas sentadas.
Nem discutiram, foram logo entrando; quem era mais rápido sentava e, claro, dois sobraram.
Mas não houve problema :os dois que sobraram grudaram rápido no carro pelo lado de fora, no estribo. Assim iam se revezando. Em dado momento foi preciso subir um pouco para contornar os morros e retornar à praia. A velocidade era de 20 Km/hora aproximadamente devido ao peso.
Já no alto os freios falharam e o choffeur perdeu a direção .
Lauro, que ia de pé agarrado no lado de fora e outro, pularam rapidamente e seguraram o carro com as mãos.
O raciocínio rápido dos dois jovens salvou a vida dos sete, pois por pouco não cairam no penhasco. Passado o susto, rumaram novamente para a praia. Esta carona foi só até Torres.
Para eles tudo não passava de aventura, iam alegres, fazendo brincadeiras, apesar de toda a dificuldade de locomoção naquela época.
Finalmente chegaram a Porto Alegre, foram direto para a rua Mauá procurar uma pousada.
Já instalados, foram ao cais, à procura de trabalho.
Como já possuíam bastante experiência, foram todos admitidos imediatamente.
Ali ficaram trabalhando por três anos. Apesar da saudade que sentiam de casa, não podiam voltar mas escreviam mandando notícias sempre que possível. Para se distraírem um pouco foram certo dia fazer um passeio de barco e vejam o que aconteceu.







PASSEIO DE BARCO A VELA

Era domingo Lauro e os companheiros foram convidados para fazerem um passeio de barco pelo rio Guaíba.
Como estavam de folga e com poucas opções de lazer resolveram embarcar. Era a primeira vez e estavam empolgados com o passeio. O dia amanheceu lindo, o vento soprava forte e o barco deslizava nas águas do Guaíba. Uma maravilha para os rapazes que jamais haviam experimentado sensação igual.
A vista era espetacular, a paisagem que se desenrolava `a frente era indescritível. Distraídos e extasiados com tamanha beleza nem notaram que já estavam longe do porto e agora navegavam na Lagoa dos Patos.
Tudo ia bem, o tempo ia passando rápido, nem se deram conta dele.
De repente o vento parou de soprar e o barco ficou à deriva. Não tinham comunicação nenhuma, tiveram que ficar no meio da lagoa a esperar pelo vento, pois o barco era movido a vela.
Anoiteceu, dormiram ali mesmo crentes que no outro dia sairiam dali: chegou a segunda-feira e nada do vento. Pernoitaram mais uma vez no barco. Chegou a terça-feira e nada, começaram a ficar angustiados. Para piorar a situação, o mantimento que era para um dia chegou ao fim. Era preciso pensar em algo, urgente. Içaram um bote e dois gaúchos saíram em busca de socorro no 3º dia. Depois de muito remar avistaram uma luz ao longe, já anoitecia. Chegando perto viram uma fazenda e muitas ovelhas pastando.
Desceram do bote e foram pedir ajuda. Logo que explicaram a situação, o fazendeiro prontamente mandou um capataz suprir o bote com toda carne de ovelha que ali coubesse. Muito agradecidos retornaram ao barco, agora mais calmos.
Ao chegarem foram recebidos com euforia pelos companheiros, que estavam famintos.
Logo que assaram a carne puseram-se a comer até fartarem-se. Passaram a noite com dor de barriga.
No dia seguinte o vento ainda não havia soprado, continuavam à deriva.
As fortes dores na barriga aumentavam, estavam enjoados. Não podiam nem sentir o cheiro da carne de ovelha. Uns vomitavam outros tiveram diarréia.
Começaram a desesperar-se. Porém, para alívio, na quinta-feira ventou e eles puderam finalmente voltar ao porto.


O RETORNO AO LAR

Em 1930 receberam a notícia que o avô Christiano estava passando mal e teriam que voltar. Então quatro deles vieram: João, Lauro, Jovino e Manoel . Basílio e José ficaram lá. A viagem de volta foi mais penosa, agora tinham muita pressa pois queriam ainda encontrar o avô com vida. Andavam durante o dia e à noite dormiam na praia. Ao passarem pela casa do colono que lhes dera abrigo resolveram chegar para revê-los.
Foi aí que tiveram uma surpresa. Encontraram todos de luto - mulher e filhos. Ao perguntarem pelo marido, esta respondeu chorando:
- No mesmo ano em que vocês passaram por aqui ele morreu, foi picado por aquela cobra de estimação que ele criava dentro de casa e chamava de meu gatinho.
Os rapazes ficaram chocados com a notícia, pernoitaram ali e seguiram viagem no dia seguinte.
Lauro contava que não viam a hora de chegar em casa, a saudade era imensa. Quando chegaram na entrada de Tubarão pularam de alegria ao avistarem a torre da Igreja Matriz. Sentiram-se como se já estivessem em casa. A alegria que sentiram era indescritível.
Quando chegaram ainda encontraram o avô com vida, parecia que estava só à espera deles para partir. Abraçou com carinho seu filho João e os três netos e dias depois falecia em casa, rodeado pelos familiares. Lauro então cumpriu o prometido ao avô e assumiu os negócios da família, nenhum deles voltou mais para Porto Alegre.
Apolônia perdeu o pai, mas teve seu filho de volta. Este jamais a abandonou, nunca mais saiu de perto dela. O serviço na ferraria estava muito escasso, ele então ainda solteiro começa a trabalhar no Frigorífico Nacional, no bairro Passagem - conhecido como Sindicato da Banha, na função de maquinista, em 1932.
Ali foi subindo de posto até chegar a encarregado do Setor de Banha. Tudo passava pelo seu controle. Lauro era muito conceituado e respeitado ali no Sindicato e no bairro.
Então ele resolveu que estava na hora de se casar pois já possuia condições de formar uma nova família. Estava com 31 anos de idade.
Foi então que, embora tardiamente, cumpriu mais uma promessa, casar-se com a antiga namorada Celeste, que ainda o esperava. O pai de Celeste faleceu em 1934 e o casamento foi adiado. Então, no dia 29 de abril de 1935 casam-se na Igreja Matriz no centro da cidade de Tubarão. O celebrante foi o padre Francisco Shülheus, tendo como testemunhas da Igreja, Isaías Laudelino Viana (irmão da noiva) e Manoel Brígido Costa.
O casamento civil foi realizado três meses após, dia 27 de julho de 1935, perante o juiz de paz João Correia de Souza. As testemunhas foram = João Christiano König( tio do noivo) e Antenor Longo.








“SOCIEDADE DA BANHA SUL RIO-GRANDENSE L.T.D.A”
SINDICATO DA BANHA - 1932.

Foi instalado na rua Lauro Müller, bairro Passagem, este grande frigorífico com capacidade de abate de 500 suínos por dia. Exportava 4.000 toneladas de banha, lingüiça enlatada, patê, presunto, cornetti-lombo de porco cortado em pedaços e enlatado, charque de boi. Tudo era enviado para a Inglaterra e Estados Unidos. Os porcos vinham de toda a região, principalmente de Araranguá, via estrada de ferro, que fez um desvio especial para conduzir a carga para dentro da fábrica. Os porcos eram conduzidos em carros-de-boi, em pequenas varas, sempre atravessando a cidade de madrugada para não perturbar a tranqüilidade de seus habitantes.
Impulsionou o bairro gerando empregos diretos e indiretos. Ali dentro da fábrica contratavam até mulheres na grande safra, algumas ficavam efetivas.
A sociedade possuía 43 sócios, entre gaúchos e catarinenses. Em princípio de agosto de 1931 foi constituída esta sociedade tendo como Presidente - Sr. Piero Sassi e Diretor do Sindicato - Sr. Fidéles Simon, que subscreveu “mil contos de réis” para o início.
Cerca de 40 fábricas de banha ingressaram no sindicato.
Foi a época de Ouro do bairro Passagem e seu maior celeiro de empregos.
Em 1953 passou a chamar-se Frigorífico Tubarão. Porém só mudava a razão social , pois os funcionários continuavam os mesmos. A diretoria mudava a cada 4 anos. Só bem mais tarde é que foram desaceleradas estas atividades, iniciando-se então a implantação do “Moinho Rio Grandense Ltda.”. Era agora moinho de trigo e deste produto aproveitava-se tudo, até das cascas eram feitos farelos . . Lauro continuou até o fim das atividades do moinho. Por volta de 1958 o prédio foi vendido para os chineses e os funcionários mais antigos foram aposentados.
A diretoria do Moinho Rio Grandense Ltda. Era assim constituída:
Sr. Lourenço - Diretor - (gaúcho)
Sr. Germano Colosso - Gerente Geral (italiano)
Lauro Christiano König - Supervisor (encarregado)
Jaime Inácio - responsável pelo almoxarifado - (guarda livros).



AMÉRICA ESPORTE CLUBE DA PASSAGEM

Lauro e os diretores do sindicato da Banha formaram em 1933 um time de futebol, muito forte. Faziam parte da diretoria alguns funcionários:
Presidentes - Lauro Christiano König, Silvio Reis, Carlos könig, Miguel Medeiros. (todos passaram pela presidência do clube).
O time foi então composto pelos seguintes jogadores do I quadro:
1. Lauro C. König (goleiro titular)
2. Manoel Constância ( goleiro reserva)
3. Davino Silvério (ponta-direita)
4. Saul Rodrigues (meia-direita titular)
5. Severiano Oscar König (reserva)
6. Aparício de Oliveira (meia esquerda, linha)
7. Pedro Policarpo (beque de avanço)
8. João Policarpo (ponta esquerda)
9. Vensceslau Policarpo (Alf. Lateral direito)
10. José Policarpo (centro Alf.)
11. Tolentino (pé de ouro) (beque de espera)
12. Dimas (Dadalo) (centro médio)
13. Manoel Rufino (Neco) (meia direita)

Com este time o América tornou-se famoso, disputavam vários torneios e dificilmente perdiam. O campo ficava ao lado da residência do Senhor Antônio Costa.
Atuaram ali por mais de 15 anos.
Todos os dias após o trabalho os jogadores tinham que treinar.
- Faziam “cooper” pelas ruas, indo até o Passo do Gado, Andrino, todos os sábados.
Treinavam duro.
Lauro Cristiano König era também o treinador, exigia bastante dos atletas.
O jogador que mais se destacou foi Davino Silvério, na ponta direita era imbatível.
Foi até convidado para fazer um teste no Botafogo do Rio de Janeiro. O convite veio de um jogador chamado “Bangú” , que era de Laguna e jogava no Botafogo.
Pagavam estadia, passagem de navio e moradia gratuita, caso fosse aprovado.
Porém Davino já era casado e pai de dois filhos, não quis ir.
No Clube Oito eram guardados todos os troféus do time. Com a decadência do Sindicato, alguns funcionários foram demitidos e o time dispersou-se.




CLUBE OITO DE DEZEMBRO

Esta sociedade teve como seu sócio fundador o senhor Christiano König, em 1908.
Em 1919, por iniciativa de seu neto Jovino Medeiros, é que a sociedade passou para um terreno alugado cujo proprietário era o senhor Domingos Rosa, porém a sede era própria. Era de madeira e funcionava provisoriamente onde depois seria construída uma sede nova - onde hoje está construído o salão da Igreja Sta. Terezinha.
Por esta sociedade passaram vários Presidentes:
· Leôncio de Oliveira - (1919) primeiro
· Manoel Lídio - (Doca)
· Joaquim Gomes Fernandes - (Quincas)
· Lauro Christiano König
· Carlos König
· Felício Medeiros
· Alcides Marcos - último (1957)

A nova sede do Clube Oito ficou pronta no dia 3 de dezembro de 1934.
Foi então inaugurada com um animado baile. Foi construída de alvenaria e possuía 4 janelas na parte da frente, para arejar bem o ambiente.
Foi todo envidraçado. Uma novidade para a época.
Não havia ainda luz elétrica e os bailes noturnos eram iluminados por dezenas de lampiões a querosene.
Nas laterais havia 2 portas pequenas por onde entravam somente associados.
O controle era rigorosíssimo. Não entrava pessoa desquitada, nem separada, moça só de família, quem não tivesse boa reputação era barrada na entrada. Caso alguém dançasse muito junto era chamado na secretaria; rosto colado, nem pensar. Não eram admitidos beijos, quem ousasse desobedecer era colocado para fora e não mais poderia freqüentar aquela sociedade.
Mesmo assim os bailes eram muito concorridos, inclusive recebiam associados do Clube 7 de Julho, do centro da cidade.
Aos bailes carnavalescos, vinham foliões de toda a região, inclusive de Laguna. Só podiam apresentar-se blocos de outras sociedade mas que possuissem estatutos registrados. Caso contrário a Delegacia Regional penalizava essas sociedades. Era lei e todos obedeciam.
Dentro do próprio clube foi fundado um grêmio “só de senhoritas”. Foi denominado Grêmio 14 de Agosto, por ser fundado nessa data.
Às senhoritas, cabia organizar um baile por ano. Homens não pagavam ingresso neste dia. A renda era da “copa”, quem cuidava dela era Isaías Viana. Dali eram retirado o dinheiro para pagar inclusive a orquestra, ornamentação do salão e outras despesas.
As moças saíam pelos arredores do bairro, a pedir prendas para vender durante o ano.
Com isso arrecadavam dinheiro para fazer o próximo baile do Grêmio. Vendiam tudo: bolos, galinhas, quitutes. Com o lucro dos bingos elas construíram um barraco ao lado do clube, para fazer as quermesses. O que sobrava era colocado no caixa do Clube Oito.
Para melhor organizar, foi composta uma diretoria só de moças. Eram elas:
· Lourdes Rosa - Presidente
· Gicelza Vargas - Oradora
· Julita Gonçalves - Tesoureira
· Terezinha Marcos - Secretária
O traje para os bailes do Grêmio era somente de gala. Os homens vestiam-se a rigor. Só podiam vestir-se de preto. As cores dos vestidos mudavam a cada ano. Outras jovens que fossem ao baile teriam que ir vestidas da mesma cor das moças do grêmio.
. No baile rosa, por exemplo, podemos ver na foto a elegância. Foi realizado em 1951.
Nesta foto está reunida toda a diretoria do grêmio com seus respectivos pares.
Era uma honra ser escolhido para dançar com elas e entrar no salão.
Quando elas chegavam todos os olhares se voltavam.
Cada uma queria vir mais bonita que a outra. Para isso o segredo sobre o modelo, tecido, costureira, era absoluto. A beleza era tanta, só comparado hoje aos bailes de debutantes.
A banda escolhida por elas neste ano foi a famosa Jazz Band Cruzeiro; cobrou caro - um mil réis.
Baile da Pelúcia
Em junho , outro baile muito concorrido era o da Pelúcia. Todas teriam que vir com vestidos junino de pelúcia.Quem não viesse a carater não podia entrar.
Baile do Gelo
Todos os participantes teriam que trajar-se de branco, inclusive os homens. Nesse baile elas tiveram o maior trabalho para colar algodão em todas as paredes, inclusive no teto. O resultado final foi extraordinário, sucesso total. Os pares pareciam flutuar no meio da neve, o algodão parecia flocos de gelo.
Baile dos Solteiros
Era um baile dos solteiros oferecido aos casados. Era cheio de surpresas. foram contratadas duas bandas: “Jazz Cruzeiro” e “Chuveiro de Prata”, ambas famosas, daqui de Tubarão. Tocava um pouco uma, depois a outra, e assim sucessivamente.
Num dado momento outra surpresa, na hora marcada pelos solteiros chega de Laguna a maior Orquestra da época, a “Carlos Gomes”, que arrancou aplausos do público, dando um Show inesquecível e fechando com chave de ouro aquela baile.
Baile de Aniversário
Outro baile que ficou na história do “Clube Oito” foi o que coroou a I ª rainha.
Foram convidadas personalidades ilustres do município de Tubarão. Entre elas compareceram: Dr. Ademar Palladini Ghizzi - nobre Deputado na época, Dr. Arno Hülbe - Inspetor de Ensino, vários políticos e convidados especiais de outras sociedades, como do Clube 7 de julho.
Várias senhoritas candidataram-se a rainha.
A escolha foi através da venda de votos.
Ao Presidente do Clube, Sr Alcides Marcos na época, coube a honra de dançar com a “Vencedora” a 1ª valsa.
Na comitiva do Dr. Ademar Ghizzi vieram muitos jovens de Criciúma. Um deles, o jovem Miguel, impressionado com a beleza de uma candidata, acabou comprando, juntamente com seus companheiros, todo o restante dos votos da senhorita Salete Sampaio, filha do casal Osvaldo e Alita Lopes Sampaio.
Era uma linda donzela de apenas 15 anos de idade que desta forma acabou não só vencendo o concurso, como namorando e posteriormente casando com o jovem Miguel.
O concurso ficou assim constituido: a rainha foi Salete Sampaio, a 1ª princesa foi Alvina Marcos, e a 2ª princesa foi Hilda Godoy de Oliveira.




Baile Colorido

Eram formados vários blocos. Moças em número de doze vestiam-se de uma determinada cor, todas de vestidos longo. Outras doze, de outra cor, e assim sucessivamente . Os homens que tirassem uma jovem para dançar tinham obrigação de devolvê-las ao bloco correspondente a cada cor.
Eram bailes muito divertidos e tudo transcorria de forma ordeira.
Outra curiosidade é que não era permitido às moças dançarem em qualquer baile ou mesmo nas domingueiras sem meias curtas - soquetes.
No recinto reservado às mulheres o Presidente escrevia com vela no espelho o seguinte aviso : :- É proibido dançar sem meia .







Banho de civilização
Contam que quando algum arruaceiro de fora vinham aprontar no Clube Oito, Lauro Cristiano era logo chamado para resolver a situação . Este por sua vez gentilmente convidava o elemento a ir até a secretaria, em seguida fazia sinal para que a Orquestra continuasse a tocar. Pegava o dito cujo com muita diplomacia pelos colarinhos e lá dava um Banho de Civilização - sopapos.
A seguir abria a porta dos fundos do Clube e o atirava na rua. Depois deste tratamento o arruaceiro jamais retornava ali.
Esta era a razão de não haverem muitas brigas dentro do salão , Lauro não admitia brincadeiras de mau gosto, jamais usou uma arma , e todos o respeitavam . Era um homem muito forte fisicamente , além disso possuía um pulso firme. Por todas estas qualidades , chegou a ser eleito doze vezes consecutivas pelo longo período de 30 anos.Foi o único Presidente que conseguiu este inédito feito.
Quando o Clube ia mal ele era chamado e colocava tudo nos eixos. O Clube Oito permaneceu em atividades por quase 40 anos.



INCÊNDIOS

O Clube Oito pegou fogo duas vezes. No primeiro queimaram-se todos os troféus do Clube Esportivo América, que ali ficavam guardados.
Pelo fato de haver se incendiado teve que ser até reformado, foi grande o prejuízo, um atraso para a sociedade.
O segundo incêndio teve danos menores, foi devido à explosão de um lampião que o Sr. Alcides Marcos foi acender e jogou o fósforo aceso fora, inadvertidamente. Este foi cair justamente dentro de uma lata de combustível que estava no chão. O fogo se alastrou rápido atingindo o lampião, que explodiu.
Graças à intervenção do Sr. Nelson (sabiá), que estava nas proximidades, apanhou uma bacia d’água e conseguiu debelar as chamas que já estavam se alastrando, o incêndio não teve grandes proporções.

TRAGÉDIA APÓS UM BAILE NO CLUBE OITO

Para não perder um baile no Clube Oito os jovens da margem esquerda muitas vezes arriscavam a própria vida, atravessando o rio em precárias canoas, mesmo quando este estava prestes a transbordar.
Por volta de 1939, após um baile, já meio altos pela bebida quatro jovens do bairro Revoredo resolveram voltar para casa.
Na véspera havia chovido muito, a correnteza estava forte e as águas estavam barrentas. Os irmãos Armando e Henrique, o amigo Antonio Rael, conhecido por Nico e outro jovem, filho de Pedro Mateus eram todos vizinhos e sabiam nadar. Embarcaram na canoa e mesmo assim enfrentaram o rio que pela madrugada havia subido muito.
Quando estavam quase chegando na margem oposta a canoa virou. Dois deles conseguiram nadar e foram em casa pedir socorro. Mas ao retornar já era tarde o jovem Henrique e o amigo Antonio Rael não tiveram a mesma sorte. Pereceram nas águas. As buscas começaram em seguida mas só foi encontrado o corpo de Henrique na outra margem do rio.
O que mais chamou a atenção foi a maneira como ele estava. Havia nadado e encontrava-se perto do local onde caiu, estava de pé porém só não teve forças para subir o barranco, morreu agarrado aos capins e não os soltou. Foi uma cena muito chocante.
Ele foi logo reconhecido pelo traje que usava. As pessoas ao saírem do baile pela manhã iam aglomerando-se nas margens do rio. Ninguém queria sair dali, uma das moças, ao reconhecer Henrique pela gravata, desmaiou.
O corpo do jovem Antonio Rael foi encontrado bem mais tarde, longe dali, a forte correnteza o havia levado até a ponte de ferro da Passagem.

OUTRO AFOGAMENTO
.

Seria cômico, se não fosse trágico .
Certa ocasião, várias crianças tomavam banho no rio, próximo a ponte da Estrada de Ferro na Passagem.
Entre essas crianças estava um menino filho de Jovino e Bernardina König.
Lá pelas tantas brincadeiras o menino afogou-se.
As crianças que o acompanhavam , ficaram apavoradas e sem saber o que fazer, correram até suas casas em busca de socorro.
Um canoeiro que estava próximo rapidamente atirou-se nas águas e retirou o menino ainda com vida.
Porém algumas mulheres na margem esquerda do rio, gritavam desesperadas para que o
canoeiro trouxesse a vítima para o outro lado , pois imaginavam conhecer a criança.
Ao chegar na margem oposta foi constatado tratar-se de uma criança da margem direita do rio Tubarão, então ele retorna com a vítima.
Neste interim, a criança sem receber os primeiros socorros, acaba falecendo.




RUA TRÊS F.F.F

Antigamente era um caminho estreito, de chão batido não tinha nome, Christiano König doou este trecho de terra para a Prefeitura fazer uma rua. Então poucos moradores foram comprando alguns lotes da família König e ali se fixando.
Contam que um morador muito espirituoso dizia que ao chegar em casa depois do trabalho só via ali muito Fogo, Fumaça e Fome.
. Isto porque os moradores no final da tarde costumavam colocar fogo nos matos para limpar o terreno ,o fogão na época era só a lenha, a fumaça era muita e a comida era pouca. O pessoal achou graça por ele rir da própria miséria e apelidou a rua como “Três Efes” e assim ficou conhecida. Só depois que foi implantada a Vila Cohab é que ela recebeu calçamento e o nome de rua Canadá.




VINGANÇA

Antigos freqüentadores do Clube Oito contam que certa vez formaram um bloco de carnaval.
Dia 20 de janeiro era aniversário de um deles, Sr. Jango Sampaio e então o grupo resolveu ir homenageá-lo.
Porém este senhor residia na margem esquerda, e para chegar até lá o bloco tinha que atravessar o rio de canoa.
Ficou combinado então, que à noite iriam fazer uma surpresa para ele. Meu tio Silvio Reis comandava a turma.. Dentre as jovens estavam , celeste Viana , Tomázia Fernandes, Marieta Viana Medeiros, Maria Mendes de Farias e Hormecinda Viana.
Porém não convidaram um certo jovem chamado Manoel , este ficou muito indignado por ser esquecido, e também por ter sido rejeitado por uma jovem do bloco que não quis namorar com ele.
Então Manoel resolveu aprontar uma surpresa para o pessoal.
À noite, ele e mais um amigo chamado Antônio ficaram de tocaia .
Cada um deles estava de posse, de um pinico cheio de merda , quando o grupo chegou na outra margem e iam descer da canoa ,os dois rapazes jogaram todo o conteúdo do pinico sobre eles e fugiram , estes assustados ao invés de fazerem uma surpresa é que foram surpreendidos .Desta forma tiveram que voltar pois estavam todos respingados e mal cheirosos.










FECHAMENTO DO CLUBE OITO

Por volta de 1957 começaram a surgir desentendimento entre os sócios. Lauro, aborrecido afastou-se de vez.
A nova diretoria não conseguia acordo com o proprietário do terreno, Senhor Domingos Rosa, que aconselhado por outros membros queria o terreno de volta. Não aceitava receber mais o aluguel e não concordava também em vende-lo. Os sócios entraram em desavenças, não tiveram pulso para reerguer a sociedade. Com o fechamento do moinho, acabou a diretoria do Clube se dispersando também. Posteriormente o terreno e a sede então foram vendidos para a Diocese, que implantou ali o Jardim de Infância Pio XII.

CURIOSIDADES
LUZ ELÉTRICA NOTURNA

Lauro é que controlava a luz elétrica no bairro, até 1957.
A rede ia da sua residência até o antigo Km. 50 - rótula.
Ele era encarregado de ligar e desligar a chave pela manhã.
Essa concessão foi dada a ele pelo prestígio que o mesmo possuía no bairro. Não era remunerado.
Só depois da criação da Sotelca, em 1957, é que esta começou a controlar a energia pública.
Décadas depois, quando faltava energia no bairro, muitos moradores ainda vinham reclamar com ele pedindo providências pensando ser ele o responsável ainda.
Sílvio Reis, esposo de Homecinda, estava muito doente, pois foi acometido de tifo negro. Antes de falecer chamou Lauro Cristiano e disse:
- Lauro, o dia que saíres do Clube Oito este acabará. Dito e feito.

MOBÍLIA DO CLUBE OITO

Com o fechamento do clube, sua mobília foi trazida para o residência de Lauro Cristiano. Eram doze namoradeiras de jacarandá, mandadas fazer em Urussanga; Vieram de trem especialmente para a inauguração da sede nova, em 1934. Lauro recebeu a bandeira do clube assim como todos os livros atas, com a compra da sede pela diocese de Tubarão, Lauro doou ao Padre Raimundo Ghizzoni esta mobília.
Trinta e oito anos depois, fui conversar com o padre para pedir umas fotos do Clube Oito. Para minha surpresa, ao relatar minha intenção de contar a história do Clube, ele gentilmente, a exemplo de meu pai, devolveu-me três destas namoradeiras que restaram, que guardei com carinho, pois têm para mim um enorme valor sentimental. Ao Padre Raimundo Ghizzoni deixo registrados meus sinceros agradecimentos.



LENDA SOBRE OS INCÊNDIOS

Contam os antigos que a decadência do Clube iniciou-se quando foi realizado um baile na época de advento. Era proibido dançar.
Era aniversário do Clube, dia da Assunção de Nossa Senhora Imaculada Conceição. Por essa razão alguns missionários que por aqui andavam na época atribuíram os incêndios à falta de respeito ao tempo de Advento e preconizaram que o Clube iria decair cada vez mais. Depois daqueles incêndios o Clube entrou coincidentemente em decadência, culminando com seu fechamento meses depois.


RÁDIO A BATERIA

Por volta de 1945, meu pai comprou o primeiro rádio do bairro funcionava a bateria, pois ainda não tinha luz elétrica. Vizinhos se aglomeravam para escutar jogos , notícias e algumas novelas. Mas nossa casa ficava repleta mesmo quando um Frei Ucraniano dava a bênção pelo rádio - todos os cômodos da casa tinha gente ajoelhada com um copo d’água nas mãos.
Numa ocasião desta, meu pai ouviu uma ave piar insistentemente , levantou-se e foi ver o que estava acontecendo atrás de casa, pensou que alguma cobra estivesse atacando sua ninhada de pintos .Deparou-se com a filha Lindinalva que era muito pequena , desmaiada e a ave aflita ao redor da criança piava. Ao entrar no recinto repleto de gente rezando, com a criança nos braços, estes consideraram milagre o aviso da ave justo na hora da benção.

















CELESTE VIANA

Celeste nasceu no dia 19 de maio de 1911, na cidade de Tubarão. Mas só foi registrada aos 19 anos de idade.
Era filha de Laudelino Ignácio Viana e Maria Laurinda da Silva, ambos de origem portuguesa. Residiam no centro da cidade, próximo à catedral - Vila dos Engenheiros.
Seus avós paternos foram João Ignácio Viana e Maria Correia.
Seus avós maternos foram Pedro Rodrigues da Silva e Laurinda da Silva - residiam no Morro do Canudo.
Laudelino e Maria tiveram nove filhos e ela dizia ter enterrado o umbigo de todos os seus filhos debaixo de uma figueira existente ainda hoje, na Vila dos Engenheiros, ao lado do poço que também encontra-se até hoje ali.
Seus filhos foram:
1- Hormecinda (Cicinda) casou-se com Sílvio Reis
2- Lavínia (Vivina) casou-se com Donato Rosa
3- Erotides (Cici) casou-se com Paulo Reis
4- Celeste (Lece) casou-se com Lauro C. König
5- Isaias Laudelino casou-se com Tomázia Fernandes
6- Martinho casou-se com Maria Mendes de Farias
7- José (Zeca) casou-se com Luísa
8- Isabel (Belinha) casou-se com Pedro Bergmam (Urussanga)
9- Maria (Mariquinha) casou-se com Olegário Rezende (Urussanga)

Ali no alto da matriz foram criados todos os filhos. Laudelino fazia cepas de tamanco para vender, Maria Laurinda fazia crochê com as filhas e vendiam por toda a região de Tubarão.
Por volta de 1922, por desentendimento com uma irmã, desgostoso Laudelino abandona sua parte na herança e vem a convite do fazendeiro João Ghizzo trabalhar em sua fazenda e residir no Campestre. Mais tarde, a convite do genro Sílvio Reis, Laudelino e a família vêm morar na Passagem.
LAUDELINO Ignácio Viana faleceu com 64 anos de idade no dia 18 de julho de de 1934 as 18:00hs- causa Morte : Cachexia ( magreza exagerada) atestado por Dr.Paulo Rombo- sepultado no cemitério Municipal de tubarão .

Hormecinda estudou mesmo depois de casada e tornou-se a 1ª professora do bairro Passagem , inclusive abrindo uma escola em sua própria casa.

Hormecinda ( cicinda) teve oito filhos:
Valby,( bibi), Nelly (lila), Loury,(lora) Jucely (célia)
, Edely (Dedé), Valmy, Jucy e Zelindro (Ziza).

Isabel ( belinha) formou-se professora também e foi lecionar em Lauro Müller, casando-se lá. Teve quinze filhos:
Alaíde, Araci, Alceste, Manoel, Juarez, Vanderlei, Dilnei, Shirlei, Sueli, Adalbi, Antenor, Claviomar, Maria da Glória, Maria das Graças (gêmeas) , Maria do Carmo.

Lavínia( vivina) tornou-se costureira. Era a filha mais velha e foi morar em Passo do Gado. Teve dez filhos:
Armando, Juca, Raul, Santina, Armandina, Lígia, Lair, Terezinha, Neolinda, Rubens.

Erotides( cici) Era bordadeira , faleceu ao recair no 3º parto. Teve três filhos:
Armely (mely) , Alair (lair) e Aleacir.(cizóca)

José ( Zéca) foi trabalhar na estrada de ferro, também teve vários filhos.

Martinho era pedreiro, teve onze filhos:
Louri, Cecília, Maria da Glória, Jucely, Salomé, Guido, Sueli, Luiz, Martinho Afonso, três faleceram pequenos: Nilton, Joana e Isabel.

Isaías era chefe de trem da estrada de ferro. Morava no Passo do Gado. Depois foi Delegado de polícia. Ele e Tomázia tiveram dez filhos:
Valby, Valda, Vânio, Venício, Valdecir, Vanilda, Varner, Valdir, Valmiro e Valdo.

Maria ( mariquinha) era professora, foi lecionar em Lauro Müller e lá também se casou com Olegário Rezende . Teve seis filhos:
Adejair, Adailton, Amilton, Almeri, Dalva e Arnete.

Celeste( lece) teve treze filhos e além dos seus ajudou a cuidar dos oitos filhos de Hormecinda sua irmã, quando esta ficou viúva.
Celeste também foi mãe de leite de mais duas crianças do bairro Passagem, que haviam perdido as mães por problemas de parto.
Foram elas : Inês Terezinha Costa, filha da Sra. Lídia Costa, falecida em 1943 e Rosaly Sampaio Costa, filha da Sra. Conceição Sampaio falecida em 1952.
Celeste criou também como filha sua sobrinha Helena, filha de seu irmão Isaías, que era solteiro na época.
Helena ficou em sua casa no bairro passagem até completar 17 anos quando casou-se com João Fernandes em 1946., indo residir em capivari de baixo, mais precisamente no caçador. .Após ficar viúva foi residir em joinville, onde residem ate hoje a maioria de seus filhos.



Helena e João por sua vez tiveram dez filhos:
Maria de Lourdes, Guiomar, Geraldo, Plínio, Terezinha, Raquel, José João, Marielena, Elisabete, Cristina

Helena saiu de joinville para visitar alguns parentes em tubarão visitou uma amiga no centro da cidade e no dia 8 de novembro saiu , dizendo que iria visitar seus parentes na passagem. Porem jamais chegou ao seu destino.
No dia 9 de novembro de 1995, seu corpo foi encontrado no rio Tubarão, sem nenhuma identificação foi levado para o IML la ficando quase um mês . Pois os filhos estavam acostumados com as suas viagens para tubarão , mas devido a falta de comunicação vieram a procura dela.
Procuraram em todos os parentes mas ninguém havia visto Helena por aqui .E Ninguem sabe o motivo também que a levou a fazer isso, já que ela não se mostrava desgostosa com a vida que levava.
Seu corpo foi identificado somente no dia 4 de dezembro de 1995, estava com 66 anos de idade. Foi sepultada em Capivari de Baixo.





HORMECINDA VIANA DOS REIS

Por volta de 1920 ainda não existiam escolas no bairro Passagem.
Aproximadamente quarenta e cinco crianças aspiravam a aprender a ler. Somente os mais abastados podiam pagar professor particular.
Os outros, iam aprendendo por si mesmos ou com familiares.
Por iniciativa do Dr. Otto Feuerschuette, foi criada em sua fazenda, no outro lado do rio (hoje município de Capivari), a primeira “Escola Estadual” da Passagem.
Haviam só duas professoras nesta escola, que eram Hormecinda Viana dos Reis, 1ª professora, e Luiza de Souza Cardoso.
A escola começou a funcionar primeiramente numa velha casa de ripa e barro, na própria fazenda dos Feuerschuette.
No início tinha dezenove alunos matriculados, entre eles os próprios filhos do fazendeiro. A sala era mista.
A escola funcionava das oito horas da manhã e ia até as duas horas da tarde, com um intervalo apenas de quinze minutos para o lanche. As professoras tinham que atravessar o rio todos os dias, numa pequena canoa, para poderem lecionar, já que elas moravam na outra margem, na Passagem.
Somente bem mais tarde (por volta de 1944) a professora Luiza de Souza Cardoso foi removida, ficando em seu lugar Nelly Bélgica dos Reis, filha de Dª. Hormecinda; nesta altura, a escola já funcionava na casa de Dª. Hormecinda, na Passagem.
Hormecinda aposenta-se em 1947, ficando a escola apenas com uma professora .
A matrícula aumentava, pois o bairro crescia e a velha sala de aula improvisada em sua casa , não comportava mais tantos alunos.
Foi então que em 1955 esta escola foi substituída por outra, em outro local.
Era agora chamada “Escola Reunida Hormecinda Viana dos Reis”, e fora construída em um terreno pertencente ao Sr. Felício Lucas de Medeiros, perto dos trilhos da E.F.D.T.C..
Era composta de duas salas de madeira, separadas por uma área coberta, onde os alunos se abrigavam do sol e da chuva.
Foi necessário, contratar mais duas professoras. Foram elas: Nelly Medeiros e Jucely Viana Espíndola.
Duas zeladoras: Celeste Viana König e Nair Medeiros. A direção agora estava a cargo de Nelly Bélgica dos Reis Marcos.
Em 1956 já eram necessárias quatro professores para formar o quadro da escola.
Já em 1962 o corpo docente contava com dez professores, assumindo a direção a Sra. Gicelza Vargas Cidade, admitida pela portaria nº 1640, de 15 de abril de 1962. Mais duas zeladoras foram contratadas: Maria Cardoso Reis e Terezinha Prudêncio.
Novamente o número de alunos crescia consideravelmente e já vinha sendo ocupada uma sala particular para atender a demanda de alunos.
Nesta sala particular lecionava Loury Medeiros e Valda Viana; ficava na rua Lauro Müller, na garagem de propriedade do Sr. Felício Medeiros.
Mais uma vez a escola teve que ser substituída.
Em 1963 passou para novo local, porém com outro nome: agora chamava-se Grupo Escolar João XXIII, uma homenagem ao Papa que falecera naquele ano. Em 1986, com o funcionamento do ensino de 2º Grau, passou a denominar-se Colégio Estadual João XXIII.
O Colégio contava até 1997 com 798 alunos matriculados e 52 funcionários.



INJUSTIÇA

Dª Hormecinda ficou viúva muito cedo com oito filhos pequenos. Ao ser pedida em casamento novamente costumava dizer:
- Perdi o marido, mas não o juízo.
Dedicou quarenta anos de sua vida à educação no bairro Passagem. Foi a Iª professora, foi parteira, homeopata. Muito auxiliou sua comunidade.
Já estava aposentada quando a escola que criou e levava seu nome foi mudada de lugar por falta de espaço físico. O que mais a magoou e aos familiares foi a retirada de seu nome da escola para homenagear outros.A escola passou a chamar-se grupo Escolar João xxiii em homenagem ao Papa que havia falecido naquele ano na Itália e aqui nunca esteve.( influencia da Igreja na época)
Foi uma falta de respeito, pois nem ao menos ela ou familiares foram consultados.
. Pior do que ser esquecida, foi ainda poder ver seu nome retirado da sua escola. Dizem que foi colocado numa outra escola no Oeste. Mas Lá ela nunca esteve, ninguém a conheceu pois é que aqui estão suas raízes.E foi aqui que ela batalhou pela educação e dedicou a sua vida para o bem da comunidade..
Ela foi uma uma mulher `a frente do seu tempo, batalhadora , corajosa, Humana.
Hormecinda aqui sempre viveu, trabalhou e criou todos seus filhos, nos deixou bons exemplos e uma grande descendência.
Residem ainda no bairro Passagem uma filha, seus netos , bisnetos, tataranetos e seus sobrinhos,. Ela faleceu em 1983 com 87 anos de idade, levando esta grande mágoa consigo.



DESCENDÊNCIA DE LAURO E CELESTE

O casal teve treze filhos: dois natimortos e três não chegaram a completar um ano de vida. Em 1936 tiveram o primeiro filho e em 1953 a ultima filha .
1º - Lauri Ramos - nasceu 5 de abril (domingo de ramos)
2º - Marlene - nasceu em 24 de setembro
3º - Lindinalva - nasceu em 04 de dezembro
4º - Jair - nasceu em 09 de novembro
5º - Leda - nasceu em 02 de abril
6 - Clair - nasceu em 01 de agosto
7º - Miriam - nasceu em 19 de novembro
8º - Elisabete - nasceu em 16 de agosto
O casal teve ao todo 13 filhos, 26 netos, 30 bisnetos e 02 tataranetos até 2009.

Filhos de Laury-
Gilmar, Gerson, Lindinalva, Gherth, ,Gladimir, Lindalva, Charles,
Netos - Cristiano, Tiago, Carlin, Karen, Cadú, Ester e Gherth.
Bisnetos - Jhonatam e Lis

Filhos de Marlene
Marley e Marcelo
Netos - Rafael, Cristiano , Juliana, Natassya e Artur.

Filho de Lindinalva
Eduardo
Netos– Eduarda e miguel .

Filhos de Jair
Jefferson, Raquel,Robson e Cristiane
Netos –Gabriel ,Bruna, Lucas, Thaís, Ana Paula, Júlia e Jéssica.

filhos de Leda
Carla Vanessa, Layse Giselle e Marco Antonio
Netos de leda –Vanessa 1, João Luiz , Vanessa 2, Guilherme e Antonia


Filhos de Clair
Marília e Isabella

Filhos de Miriam
Douglas e Fayga
Neto -Vinicius


Filhos de Elisabete
Deyse, Thayse e Eric
Neta- Laís



Casualidades:


Lauro e celeste tiveram 13 filhos, o curioso é que;
- Entre dois filhos que sobreviviam , um morria.

Minha avó - Apolônia faleceu aos 78 anos de idade.
Meu avô - Silvio Sampaio faleceu aos 78 anos de idade.
Ambos tinham 6 anos de diferença em idade
e 6 anos de diferença de falecimento também.
Ambos faleceram no mês de dezembro.

-Lindinalva nasceu dia 4 dezembro (neta).
Apolônia faleceu dia 4 dezembro (avó)
Helena foi sepultada dia 4 dezembro


- Jair nasceu dia 9 novembro (filho)
- Helena faleceu dia 9 novembro (sobrinha)

Meu pai - Lauro Christiano, faleceu no dia do aniversario de minha mãe dia 19 maio .
Minha mãe- Celeste Viana faleceu dia 16 maio , três dias antes de seu próprio aniversario.
Meu pai e minha mãe nasceram ambos numa sexta feira.
Isabella nasceu dia 19 maio (neta)

Meu cunhado Paulo Waterkemper faleceu dia 11 de julho ,
e foi sepultado no dia 12 de julho dia do seu próprio aniversario .


Celeste -teve uma
filha chamada Elisabete.
Helena – era sua filha de criação- que por sua vez
-teve uma filha também chamada Elisabete ,
Curioso - As duas meninas de nome Elisabete, nasceram dia 16 de agosto , casaram e tiveram as “1ª filhas mulheres” e colocaram o nome de “Deyse” em cada criança, sem saber uma da outra.


- Meu tataravô faleceu em maio.
- Meu pai faleceu em maio.
- Meu tio faleceu em maio
-minha mãe faleceu em maio

- Minha avó paterna faleceu em dezembro
- Minha avó materna faleceu em dezembro
- Meu avô paterno faleceu em dezembro

-:
-






BODAS DE OURO

Lauro Christiano e Celeste Viana König completaram 50 anos de casados no dia 29 de abril de 1985.
Ele estava com 81 anos de idade e ela com 72 anos.
Dezoito dias depois das bodas de Ouro, Lauro veio a falecer, exatamente no dia do aniversário de Celeste: 19 de maio.
Lauro, assim como seu avô, foi Homenageado pela câmara dos vereadores de Tubarão, tendo também, seu nome colocado numa via pública do bairro.
Esta rua está localizada após a última rótula, 2ª travessa da Avenida Marcolino Martins Cabral - à direita de quem vem do centro da Cidade.
Foi um projeto do vereador Álvaro Lopes, aprovado por unanimidade, sendo considerada justa homenagem pelos relevantes serviços prestados à nossa comunidade.



SÍLVIO SAMPAIO

Corria o ano de 1948. Lauro Christiano estava com 44 anos de idade quando recebeu o convite de seu pai Sílvio Sampaio para ir a São Paulo visitá-lo.
Sílvio estava cego de uma vista, sofria de catarata progressiva e desejava muito conhecer seu filho antes que perdesse completamente a visão.
Sua esposa, Sra. Maria Bernarda, conhecida por Nadinha, era muito bondosa e fez de tudo para aproximar pai e filho.
Incentivado por sua mãe Apolônia, que era também um amor de pessoa, Lauro aceita o encontro.
Sílvio envia ao filho passagens de avião para ele e a esposa.
Lauro já possuía vários filhos e Celeste estava com neném novo, não foi. Então ele viaja sozinho, cheio de expectativa. O encontro foi emocionante. Para surpresa de todos, Lauro e Sílvio eram muito parecidos fisicamente.
Ao conhecer seu pai, Lauro conhece também seus seis irmãos: Waldemar, Hélio, Dulce, Ondina, Sílvia e Míriam.
O motivo pelo qual fora chamado até lá por Sílvio, teve outra nobre razão:
Seu pai, embora tardiamente, desejava reconhecê-lo como filho e também colocá-lo no seu testamento, já que este possuía uma enorme fortuna.
Foi então chamado um advogado que tratou de registrar a vontade dele.Lauro contava que o advogado consultou todos os filhos para ver se estavam de acordo e dizia: “os senhores não precisam aceitar, pois o filho foi concebido antes do casamento”.
Mas para surpresa dele, todos concordaram com tudo. Diziam: “Se este é o desejo do nosso pai, nós aceitamos”.
Lauro ficou muito feliz em conhecer sua nova família e prometeu voltar um dia.
Numa outra ocasião ele levou a esposa e ficaram mais tempo. Celeste dizia que queria voltar e eles não deixavam, principalmente Dª Nadinha, que era uma criatura maravilhosa. Ela continuou escrevendo sempre para Lauro, até mesmo após o falecimento de Sílvio, que ocorreu em 11 de dezembro de 1970. Antes de falecer já estava completamente cego.
Sua querida esposa Maria Bernarda faleceu em 24 de março de 1984.
Lauro herdou muitas terras em, Taboão da Serra porém vendeu sua parte, foi tudo loteado e repartido entre os sete irmãos.
Sílvio Sampaio era filho de Custódio Pinto de Sampaio Júnior - falecido aos 33 anos de idade e Maria Mendonça, falecida em São Paulo em 1932.
- Custódio Pinto de Sampaio era seu avô, veio de Portugal - (1818-1900). Casou com Maria Francisca de Medeiros, rica herdeira, também de origem portuguesa - (1824-1888).
Sílvio teve vários irmãos: Santa, Fernando, Custódio Pinto de Sampaio Neto, Ana, Ida, Bernadina.






FERNANDO SAMPAIO - (1877 - 1942)

Era mais conhecido por Fernandão, chamava a atenção por ser muito alto, mais de (2,10 cm. de altura), e também por ser muito magro. Todos que o conheceram , dizem que era um gigante , possuia braços muito longos, mãos enormes.
Trabalhava na estrada de ferro, em Imbituba. Certa vez chegou um gaúcho muito alto e gordo, de Porto Alegre, que viera medir altura com ele, pois trabalhava em um circo e não acreditou quando disseram que havia alguém mais alto que ele em Santa Catarina..Dizem que Fernando estava descansando depois do almoço, e costumava ficar sempre de cócoras. O gaúcho ainda se achando o maior, chegou perto dele e pediu para que levantasse , pois queria tirar a dúvida que o trouxera até ali..Quando Fernando levantou-se passou dois palmos do gaúcho. Este muito decepcionado embarcou no próximo trem e voltou para Porto Alegre.Ele era realmente mais forte que Fernando , mas na altura perdeu longe.
Fernando casou-se duas vezes. A 1ª esposa foi Santa König, filha de Pedro König. Esta faleceu de câncer no fígado. Deixou um filho chamado Armando, que morava no Rio de Janeiro. Era embarcado. Nas férias enviava seu filho Armandinho para o avô Fernando cuidar.
Sua Segunda esposa foi Emília Jesuina Sampaio. Deixou sete filhos:
1 - Izaura
2 - Bernadina
3 - João
4 - Ana Emília
5 - Antônio Fernando
6 - Bazililia Emília
7 Nestor Fernando
Fernando Sampaio faleceu em 22 de outubro de 1942, às 10:00 h. com 65 anos de idade em Tubarão.
Causa: Gangrena do Pulmão. Atestado pelo Dr. Asdrubal Costa.






HERÓIS NACIONAIS.

Em 1864 foi declarado estado de guerra entre o Brasil e o Paraguai. Como o exército brasileiro não tinha homens suficientes para o combate, recorreu ao recrutamento forçado e ao voluntariado.
Por esta razão muitos brasileiros foram convocados e partiram para a guerra. Porém dois jovens tubaronenses e residentes no bairro passagem jamais retornaram. Um chamava-se João Fermiano dos Santos e o outro José Pinto de Sampaio que foi baleado quando subia no mastro para retirar a bandeira inimiga em Assunção. José era filho de Custódio Pinto de Sampaio e Mariana Francisca de Medeiros - meus tataravós.
Ambos foram considerados heróis, juntamente com tantos outros que perderam suas vidas em defesa da Pátria. Em Florianópolis havia um monumento com seus nomes na praça Gama D’ça - hoje demolida para construção de um edifício.
José Pinto de Sampaio quando ainda servia o exército no Rio de Janeiro, enviou uma carta a seu pai pedindo autorização para fazer barba pela primeira vez.
Antigamente os filhos em sinal de respeito jamais se barbeavam sem a autorização dos pais. Esta carta foi guardada por muitos anos pela família Sampaio e posteriormente foi doada para o seminário Nossa Senhora de Fátima em Tubarão, onde ficou exposta no museu. Infelizmente devido a enchente de 1974 este documento foi perdido.
Para melhor entendermos os motivos que levaram o Brasil a lutar contra o Paraguai, farei um pequeno resumo retornando ao mês de dezembro de 1864.





GUERRA DO PARAGUAI (1864 - 1870)

Foi o maior conflito armado da história Sul americano, tanto pela duração como pelo vulto dos efetivos militares.
Guerra entre o Paraguai e a Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai.
As lutas políticas do Uruguai levariam Brasil e Paraguai a divergências de interesses e de julgamentos que foram num crescendo, e acabaram em estado de guerra. Em dezembro de 1864 o ditador do Paraguai Solano López invade Mato Grosso. A resposta do governo brasileiro não se fez esperar. Estava declarado o estado de guerra entre o Brasil e Paraguai.
Ao iniciar-se a guerra, o Paraguai contava com um exército de 80.000 homens e uma esquadra de 23 navios e 12 chatos.
Em contrapartida o Tríplice Aliança contava com nítida superioridade naval, mas suas forças terrestres se apresentavam som acentuada inferioridade de efetivos.
O exército brasileiro não tinha mais que 18.000 homens em 1864 e seria necessário um grande esforço para eleva-lo, o que foi feito não só recorrendo ao recrutamento forçado como ao voluntariado (“voluntários de Pátria”) e ao aproveitamento de escravos (que ganhavam alforria).
Esse esforço pode ser medido pelos seguintes números:
Efetivos de mais de 1865 - 27.000 homens
Efetivos em janeiro de 1866 - 67.000 homens
Efetivos em janeiro de 1867 - 71.000 homens
Grande também foi a atividade do Governo brasileiro visando a ampliação da força naval:
dispondo no início da Guerra de :
45 navios armados, com 4.200 homens no final conseguiu elevar esses números para 94 navios com uma tripulação de 6.500 homens.
Bem menores foram as contribuições da Argentina e do Uruguai. Os argentinos nunca tiveram efetivos terrestres que excedessem um quarto dos efetivos brasileiros enquanto os efetivos do Uruguai eram meramente simbólicos.
A guerra pode ser dividida em três fases:

1ª (1864 - 1865) - Paraguai invade Mato Grosso, Corrientes e Rio Grande do Sul, ataca a esquadra brasileira fundeada no rio Paraguai.

2ª (1865 -1869) - Nela os aliados invadiram o território paraguaio e depois de operações demoradas, destruíram o exército de Solano López e ocuparam Assunção em 5 de janeiro de 1869.

3ª Da queda de Assunção à morte de López, foi apenas uma perseguição as forças militares destroçadas e sem possibilidade de se reorganizarem. A entrada dos Aliados em Assunção marcou militarmente o fim da guerra.

Tratado de Paz - Foram assinados com o Brasil em janeiro de 1872; com o Uruguai em, dezembro de 1873; e com a Argentina em fevereiro de 1876.
Assim se encerrou essa página da história Sul Americana.
O Brasil, com ela resolveu em definitivo suas questões de limites com o Paraguai, e viu assegurada a livre navegação para Mato Grosso. Pagou para isso o preço de 33.000 mortos.


















FONTES:

· Centro Paulista de Heráldica e Genealogia - Brasões de famílias e armas - (S.P).
· Brasões Sociedade Comercial - Belo Horizonte.
· Computador Miame - U.S.A. - História da família König e Brasão.
· Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias - Mórman - Setor microfilme - Pesquisa Familiar (Tubarão).
· Cartório - Rosita Porto Batista - Tubarão.
· Cúria Diocesana de Tubarão.
· Diário Catarinense - (5/5/94) colonização Alemã e Açoriana.
· Enciclopédia Barsa Volume VIII - pag. 41.
· Enciclopédia Barsa Volume VIII - pag. 406
· Enciclopédia Barsa Volume XII - pag. 76 a 79.
· Câmara de Vereadores de Tubarão - Projeto de rua no bairro Passagem.
· Biblioteca Hormecinda Viana dos Reis - Colégio Estadual João XXIII - Passagem.
· Arquivo Público e histórico do município de Tubarão.
· Arquivo Público do Estado de Santa Catarina - Florianópolis.
· Cartório de Laguna.
· Cartório de Pescaria Brava.
Biblioteca Pública Olavo Bilac- Tubarão.
· Cartório de São Pedro de Alcântara.
· Arquivo histórico de Joinville
· Internet






ENCERRAMENTO

Encerro esta composição de fatos, escrita para deixar na lembrança daqueles que se interessam em conhecer o passado.
Porém nossa história continua, vai sendo construida aos poucos através da luta das gerações, por um futuro cada vez melhor , é preciso sempre comecár algo novo..
A história se constrói pelo sonho, pela garra, e pela luta de um povo..
Quero agradecer todas as pessoas que colaboraram com este trabalho, enumera-las seria impossível.
De minha parte estou satisfeita por ter conseguido reunir todos estes fatos que certamente estariam esquecidos para sempre, pois muitas destas pessoas que deram seu testemunho já faleceram.
São depoimentos verdadeiros de pessoas que viveram estas experiências ou conviveram com alguns dos personagens desta história.
Agradeço a Deus por coloca – los em meu caminho .
Se uma pessoa tirar daqui algum proveito, já terá valido a pena te-lo escrito...


FIM

50 comentários:

  1. Miriam,achei maravilhosa a história de nossa familía.
    Me fizeste viajar pelo tempo,sentindo-me personagem,vivendo estas grandes emoções.
    Dei boas risadas em certos momentos,mais também
    chorei.
    Foi emocionante,nossos antepassados onde estiverem devem estar te agradecendo,pois não deixastes a história desaparecer.
    Tenho orgulho de pertencer a está familía e também de ser tua irmã.
    Quero te agradecer por trazeres estes fatos até então desconhecidos para nós.

    Elisabete konig de Oliveira.

    14 de Setembro de 2009 16:03

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  2. Linda König

    Lendo essas doces palavras sobre minha família könig, ali sorri,chorei encontrei explicações sobre coisas que hoje passam na minha vida.
    Fatos do passado que refletem no futuro. Agradeço as pessoas que relataram a história neste livro e que hoje eu pude participar demais umas linhas.

    Lindinalva G.König

    28 de Outubro de 2009 19:00

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  3. Olá Mirian!
    Que trabalho magnífico.
    Histórias emocionantes e engraçadas.
    Meu nome é Cristiano Vargas König, sou filho de Oscar José König e neto de Manoel König. O mesmo Manoel que foi com seu pai para Porto Alegre.
    Só fiquei com uma dúvida. O Manoel que aprontou a do pinico, era o meu avô?

    Parabéns pelo lindo trabalho.
    Atenciosamente
    Cristiano Vargas König.

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    1. não é seu avô e um amigo deles,morador do bairro passagem,falecido ha 5 anos atrás.

      obg pela atenção.Miriam

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Oi, prima Miriam. Sou filha de Bernardina Sampaio Rodríguez e de Hipolito Eudoro Rodriguez . A mamãe era filha do Fernandão, Fernando Pinto de Sampaio e de Maria Santa) Medeiros Koenig de Sampaio. A tia Apolônia (mãe do Lauro) era irmã da vó Maria. O tio Silvio Pinto de Sampaio, pai do Lauro, era irmão do vô Fernandão. Por isso, a mamãe Bernardina era prima em 1º. grau do Lauro, pois o pai era irmão do Silvio, e mãe era irmã da Apolônia.Daí talvez o relacionamento do Sílvio com a Apolônia.

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    1. senhora Nélida Rodríguez Sampaio Heidemann

      e Cristiano Vargas König

      favor ligar para 48 99690857 ou 48 36225558

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  6. Continuando, permita-me uma correção referente à família de Fernando Pinto de Sampaio, meu avô. Ele foi casado em primeiras núpcias com Maria (Santa)Medeiros Koenig de Sampaio (falecida em 1929, com 43 anos) e dela teve três filhos: Isaura, Bernardina e João. Em segundas nùpcias, o vovô casou-se com Emília Jesuino da Rosa Sampaio, com quem teve 4(quatro filhos): Ana Emilia, Antõnio Fernado, Basilissa Emília e Nestor Fernando. Você fez referência a um filho do vovô, Armando, que teria ido para o Rio de Janeiro e era embarcado. Não é assim. O Armando era filho de Isaura, nascido em Rio Grande, neto do Fernandão. A Isaura, minha tia, era casada com um português, de sobrenome Cazeiro, de quem o Armando era filho. O Armando era tesoureiro e contador. Não era embarcado. Mudando de assunto, eu me lembro muito bem do Tio Lauro, como nós o chamávamos e fomos muito na casa dele lá na Passagem. Lembro muito bem da tia Celeste e da tia Apolônia que fazia um lanche da tarde cheio de coisas gostosas, como um "tijolinho do céu" que era feito de fubá mimoso, que eu nunca mais saboreei e nem sei com era feito. Eu me lembro das meninas do tio Lauro, com cabelos vermelhos escuros muito lindos, como eu nunca vi.Se eu pudesse entrar em contato contigo, poderia dar mais informações.

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    1. para quem interessar possa meu número de

      telefone é 48 99690857 ou 48 36225558

      Ass: Miriam Konig

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    2. Sra. Nélida Heidemann, gostaria de saber se teria alguma informação do sr. Pedro König, pai da Maria Medeiros König ( a Santa)? Obrigado
      Anderson Medeiros/ Porto Alegre-RS

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  7. Boa noite sra. Mirian König, gostaria de agradecer pelo inestimável trabalho e pubicação do mesmo. Fiquei realmente muito feliz e surpreendido ao encontrar todas essas informaçoes reunidas. Gostaria de fazer um questionamento, O Pedro Konig teve mais filhos além da Santa? crei que sim, pois acredito que ele é pai de José( meu avô). Obrigado.
    Anderson Medeiros/RS

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  8. Cara Miriam,
    Ganhei um moinho de café antigo, que estava pregado num pedaço de tábua de pinho de riga. Ao limpar a tábua, apareceu a seguinte inscrição em baixo-relevo:
    Banha Pura de Porco - Refinada - ALLIANÇA - Soc. de Banha Sul Riograndense Ltda., Porto Alegre - Est. do Rio Grande do Sul.
    Abs.

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  9. Olá, Miriam! Saudações! Fiquei admirado com o seu trabalho. Sei o que significa resgatar histórias e vivências de pessoas e comunidades... pois eu mesmo já me lancei a este tipo apaixonante de trabalho para poder publicar meus livros. Sinto-me honrado com as suas "memórias". Embora não tenha (diretamente) se dedicado ao resgate histórico de minha família, sua abordagem tocou fundamentos de minha/nossa história familiar. Tinha razão o meu pai Sebastião Costa (e também o meu padrinho José Sampaio) quando me aconselhava: "Meu filho, não deixe de ler o blog da Miriam". rsrsr Obrigado. Deus a abençoe!

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    1. Obrigada padre . Eu que agradeço .Me sinto lisonjeada por sua atenção a este modesto trabalho.

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  10. Olá eu li com minha mãe, ele tinha uma avó chamada Irene Alice Pudney König,seu marido João König,seus pais,Fernando Kônig,Lourenza Roza König. Minha mãe leu que Fernando já nasceu no Brasil,seu pai trouxe uma espada com um brasão do exército, o brasão foi retirado da espada no porto e as espada veio cortada.Minha mãe acha que ele era iugoslavo

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    1. Olá Sr.STorm. Desconheço estás pessoas citadas. Devem ser de outra linhagem
      Descuĺpe por não poder ajudar

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  11. Depois de algumas pesquisas de curiosidade, encontrei uma figura histórica com o nome König, nome da família da minha avó materna, esse homem que se chamava Erwin König, um franco atirador nazista, que foi executado em 1942 por um franco atirador soviético chamado Vassili Grigoryevich Zaytsev, tem até um filme sobre essa morte se chama Círculo de fogo...Então miriam você poderia verificar se ele é da família

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  12. minha prima de segundo grau se chama Cinthia König

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  13. Depois de algumas pesquisas de curiosidade, encontrei uma figura histórica com o nome König, nome da família da minha avó materna, esse homem que se chamava Erwin König, um franco atirador nazista, que foi executado em 1942 por um franco atirador soviético chamado Vassili Grigoryevich Zaytsev, tem até um filme sobre essa morte se chama Círculo de fogo...Então miriam você poderia verificar se ele é da família

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  14. Olá. Sou de Porto Alegre, neto do José Christiano, filho de Anna e Manoel. Vc tem ideia de onde eles moravam? Gostaria de ir lá. Abs.

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    1. Daniel, José Cristiano, era filho de Pedro Konig, moraram em Araranguá, certa feita conversei com o Anderson Medeiros, ele tem detalhes, tu o conheces?

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    2. Chama no whatssap?

      51996512240? Obg

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. meu avo era Atanasio müller minha avo luiza adelina konig quem seria meus bisavos

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  17. Prezada Miriam, parabens pelo trabalho e tambem quero enriquecer o conhecimento da linhagem que pertencemos, talvez.
    Moro em Natal/RN e, em 2017, fui com meu filho na Central do Cidadão para fazer o RG dele. Depois do cadastro e esperamos até quando ele foi chamado (Gabriel Koenig) e uma mulher se aproximou e sussurrando me perguntou: "Voces sao JUDEUS?" Poucos meses antes eu teria respondido com "NAO, somos de origem Germanica" mas eu ja tinha conhecimento que tinhamos origem nos povos HEBREUS/Abraâmicos. Ela entao nos explicou que nosso nome era de origem hebraica e que vinha da linhagem SACERDOTAL (a tribo dos Levitas) e que o Gabriel seria bem vindo em Israel, tendo alguns beneficios como ensino superior gratuido etc...
    Nos convidou para uma sinagoga que segundo ela, a entrada só se dava por convite. Mexeu comigo saber que nossa origem é reconhecida por alguem de fora da familia. Os alemaes desde Lutero, são em quase sua todos Luteranos, porem em Tubarão e regiao, onde cresci com meus amados avós Moises Oscar Koenig e Noemia V. Koenig, somos em geral catolicos. Apos saber da nossa "origem original", é algo talvez a ser repensado e avaliado.
    Ser judeu nao é algo que me encante, mas também eu e minha casa nao temos nenhuma religiao.
    Nos tempos atuais, passei por uma crise em minha pequena escola (adm familiar) crise esta que me forçou a deixar meus filhos e esposa em Tubarao, no meio das ferias estendidas.(agora fica interessante) O caso é que 3 ou 4 anos atras, tive uma convicção (uma voz que dizia) "Afasta-te de tudo e todos, inclusive tua familia por 7 dias para que te tornes um homem melhor". Na epoca nao senti que poderia convencer minha esposa a aceitar esta "loucura" e nem tentei, mas agora tive que comprei passagem só para mim FLN/NAT/FLN e vim as pressas resolver a questao, com retorno para 10 dias apos (ida 13 e volta 23 de março/19).
    Moramos no mesmo terreno da escola e a partir das 17:30h, quando as atividades encerravam, me vi em minha casa, sozinho, computador quebrado e coincidência ou nao: ISOLADO DE TUDO E DE TODOS.
    A crise foi de credibilidade (dos pais para conosco), fatal para qualquer tipo de negocio, porem com verdade, honestidade e reunioes, NENHUM ALUNO CANCELOU MATRICULA. Fiz 2 entrevistas, e com elas remontei a equipe. Nos 7 dias a seguir, triste e ainda atordoado, quase nao comi, me mantendo na dieta de liquidos nobres "café e refrigerante". Nesta situação de quebrantamento, ainda consegui me fazer presente com minha familia por video chamada, mas depois das 20h, ficava claro que a "louca ideia" estava se cumprindo.
    Me endividei muito, mas como nao foi algo natural, tive e tenho constantemente ajuda do Criador para resolver. Meus habitos e consciencia mudaram COMPLETAMENTE: me livrei de 17kg, comecei a beber agua, caminhar muito, cuidar de minha maezinha de 70 anos (divorciada e fragil), retomei contato com amigos de Tubarão, e em meio ao caos financeiro, ainda consegui programar reformas e melhorias na escola, pagar salarios antes do 5º dia pela 1ª vez em 7 anos, quitar outras diversas dividas, organizar a documentação atrasada da escola, bem como varios outros aspectos falhos da minha vida. Acordo antes das 4h da manha (nunca fiz isto na vida) e contemplando o nascer do sol, converso com o Criador agradecido por todo este momento que vivo e a lucidez, desenvoltura e correçao que Ele me proporciona. Muito mais coisas aconteceram e nao seria justo prender mais a atençao de ninguem, mas faço este LONGO post para incentivar que todos os descendentes da tribo de Levi (assim como Moises do Egito e o Rei David), possam retomar o contato intimo e pessoal com o Altíssimo, porque esta é a vontade dEle, e caso nao façam, podem experimentar algo como a situação que relatei.
    Faço com amor e nao como ameaça, mas faço porque me parece valido. Abraço, desculpe a extensa ladainha e novamente parabens pelo seu brilhante trabalho.
    Lívio Koenig
    (84) 99889-8415

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    1. Obrigada Primo Lívio. Estamos tentando requerer cidadania alemã.

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  18. Que lindas histórias , não sou da família mas lí com bastante interesse por estar muito bem feita essa pesquisa da história da família ! Parabéns , sei quanto é difícil pesquisar e quanto tempo demora par se extrair uma informação !

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    1. Obrigada Marilene.É bastante trabalhosa a pesquisa familiar.Mas ganhei muitos amigos e esclareço muitas dúvidas. Estou tentando agora conseguir dupla cidadania. Espero conseguir. Abracao

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  19. Parabéns! Sou Wilson König Paes, meus pais Enor Ascendino Paes e Ruth Maria Koenig Paes. Avós paternos Chandoca Oliveira e Ascendino Paes de Farias. Avós maternos Lauro Procópio Koenig e Benta Gomes Koenig. Moro em Florianópolis, sou natural de Tubarão, será que temos algum parentesco?

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  20. Oii, Sou filho de Zulma Madruga Koenig Resena, Neto de Leobaldino Koenig, Bisneto de Antonio Pedro Koenig, Trisaneto de Pedro Cristiano Konig (este casado Com Maria do Carmo Koenig de Medeiros)... Moro em Florianopolis, mas Sou Natural do RS - Capão da canoa.... Alguém já Tirou Cidadania Alemã ?

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  21. Boa tarde Miriam, li tua história e fiquei encantada. Descobri que minha bisavó paterna está citada no teu trabalho e gostaria muito de um contato pra poder conversar contigo. Minha bisa seria a Maria casada com Estevam Machado e faleceu em Capivari de Baixo - SC. Há muitos anos procuramos saber sobre nossa Dindinha e ninguém sabia nós informar nada, apenas diziam que ouviam falar que ela era de Blumenau - SC. Obrigada por desvendar essa parte linda da nossa história.

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  22. Sou neto de Jayme da Silva Konig, nascido em Tubarão e filho de Jacob Christiano Konig, que provavelmente seja o Jacob que referiste como não deixando herdeiros. Ele era casado com Edeltrudes da Silva Konig. Será o mesmo Jacob?

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  23. Respostas
    1. EDUARDO VIANA, NETO ISAIAS VIANA, FILHO DA WALDA VIANA.

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    2. TENHO GRAVADO NA MEMÓRIA A LEMBRANÇA DA MINHA SAUDOSA MÃE CITANDO EM SUAS HISTÓRIAS BOA PARTE DESSA FAMÍLIA.

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  24. Muito bom essa restrospectiva, gostaria de saber as minhas origens também.

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  25. Boa tarde Miria, me emocionei muito com sua história, faço parte da família. MEU avô se chamava João Pedro Cristiano König. Quando registrou seus filhos, simplificou as certidões, retirando nosso sobrenome, deixando somente o Cristiano. Sou filha de Pedro João Cristiano, terceiro filho de João Pedro Cristiano e Josefina. Eu recebi o nome de minha avó, sou Josefina Cristiano. Você conseguiria me ajudar a recuperar minhas raízes?

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    1. Olá:)
      Gostaria de saber se já obtiveram alguma informação desta parte da família. Sou bisneta de João Pedro Cristiano e Josefina.

      Sou da grande Florianópolis.

      Obrigada pelo grande trabalho Miriam.

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  26. Boa tarde ,meu nome Miquelina Margarida konig Martins sou neta de Otto Cristiano Konig e Margarida Clister ,meu avô nasceu em 1900,ficou órfão foi criado por um tio que era padre ,depois veio para o Brasil e casou com minha avó o nome da mãe dele era Maria Konig,você pode me ajudar a conhecer as raízes do meu avô? Obrigada meu e mail miqueadv@yahoo.com.br

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  27. Oi

    Se alguem quiser meu contato para pesquisar junto

    Thales de lima medeiros

    Neto de silvio barros medeiros.

    Tacita barros e jose cristiano

    Francisco barros e josefia conceicao

    Se alguem souber algo

    Chama

    51996519940

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